Intervenção perante responsáveis pela Catequese na Itália rejeita leituras «parciais» do magistério
Cidade do Vaticano, 30 jan 2021 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje para os perigos de leituras parciais ou seletivas do Concílio Vaticano II (1962-1965), sublinhando que ninguém deve fazer “cedências”.
“O Concílio é o magistério da Igreja. Ou ficas com a Igreja e, portanto, segues o Concílio, ou não segues o Concílio – interpretas à tua maneira, à tua vontade- e não estás com a Igreja. Nesse ponto, devemos ser exigentes, severos”, declarou, perante responsáveis do Departamento Nacional da Catequese na Itália, numa audiência que decorreu no Vaticano.
Francisco questionou uma “seletividade” perante o Concílio, de grupos que se consideram como “verdadeiros católicos”.
“A atitude mais severa de guardar a fé, sem o magistério da Igreja, leva à ruína. Por favor, nenhuma concessão a quem tenta apresentar uma catequese que não está de acordo com o magistério da Igreja”, alertou.
O Papa convidou a uma catequese que fala “a língua dos homens e mulheres de hoje”.
“Não devemos ter medo de falar a língua do povo. Não devemos ter medo de ouvir as suas questões, sejam elas quais forem, os problemas por resolver, de ouvir as fragilidades e incertezas: não tenhamos medo disso. Não devemos ter medo de desenvolver novas ferramentas”, precisou.
A intervenção realçou a importância do “sentido de comunidade” num momento em que a pandemia tem vindo a fazer crescer o isolamento e a sensação de solidão.
“O vírus instalou-se no tecido vivo dos nossos territórios, especialmente os existenciais, alimentando medos, suspeitas, desconfianças e incertezas. Coloca em xeque práticas e hábitos estabelecidos e, assim, leva-nos a repensar o nosso ser comunidade”, apontou o pontífice.
O Papa encerrou o seu discurso, com várias passagens improvisadas, apelou ao início de um “processo sinodal, a nível nacional”, na Itália, “comunidade a comunidade, diocese a diocese”.
OC