Vaticano: «Quando rezamos, nunca o fazemos sozinhos», diz o Papa

Francisco recorda «comunhão dos santos» num «rio majestoso» de oração que atravessa a história

Cidade do Vaticano, 07 abr 2021 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a oração dos cristãos é sempre parte de um “rio majestoso” de intercessões que atravessa a história da humanidade, numa catequese dedicada à “comunhão dos santos”.

“Quando rezamos, nunca o fazemos sozinhos: mesmo que não pensemos nisso, estamos imersos num majestoso rio de invocações que nos precede e que continua, depois de nós. Um rio majestoso”, referiu na audiência geral, transmitida desde a biblioteca do Palácio Apostólico.

Francisco destacou que a Bíblia conserva, ainda hoje, orações ligadas a “histórias antigas, de libertações prodigiosas, de deportações e exílios tristes, de regressos emocionantes, de louvores derramados diante das maravilhas da criação”.

“Essas vozes são transmitidas de geração em geração, num entrelaçamento contínuo entre a experiência pessoal e a do povo, a da humanidade a que pertencemos”, precisou.

Essa “herança” de oração, assinalou o Papa, continua hoje a difundir-se, “com ou sem mensagens nas redes sociais”, nos momentos de “dor e felicidade”.

“As orações renascem sempre: cada vez que juntamos as  nossas mãos e abrimos os nossos corações a Deus, encontramo-nos na companhia de santos anónimos e santos reconhecidos que rezam connosco, que intercedem por nós, como irmãos e irmãs mais velhos que passaram pela nossa mesma aventura humana”, indicou.

Na Igreja não há luto solitário, não há uma lágrima que se derrama no esquecimento, porque tudo respira e participa numa graça comum”.

Francisco rejeitou a ideia de que os católicos “adorem” os santos, sublinhando que esta veneração remete para “Cristo, único Senhor e Mediador entre Deus e o homem”.

“O santo faz recordar Jesus Cristo, porque ele percorreu esse caminho, de viver como cristão”, observou.

A intervenção realçou que esta santidade pode ser manifestada “até ao último momento” da vida.

“A santidade é um percurso de vida de encontro com Jesus, longo, breve, um instante. Mas é sempre testemunho”, apontou, elogiando os santos de todos os dias, escondidos, “da porta ao lado”.

O Papa deixou uma saudação aos ouvintes de língua portuguesa.

“Queridos irmãos, alegrai-vos e exultai, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Na esteira dos santos, deixai-vos iluminar e transformar pela força da Ressurreição de Cristo, para que as vossas existências se convertam num testemunho da vida que é mais forte do que o pecado e a morte. Deus vos abençoe”, declarou.

Após a audiência, Francisco assinalou o Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da Paz, que se celebrou esta terça-feira, convidando à redescoberta do desporto como “acontecimento de equipa, para promover o diálogo solidário entre culturas e povos”.

O Papa deixou uma palavra especial à equipa de atletismo do Vaticano, que convidou a “difundir a cultura da fraternidade no mundo desportivo”, com atenção às pessoas mais frágeis”, tornando-se assim “testemunhas de paz”.

OC

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