Prejuízo nas contas da Santa Sé é considerado «compreensível» num momento de crise
Cidade do Vaticano, 15 jul 2012 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano descartou hoje o cenário de despedimento nas estruturas da Santa Sé após esta ter anunciado prejuízos na ordem dos 15 milhões de euros nas contas de 2011.
O padre Federico Lombardi falava aos jornalistas, comentando o apelo à “contenção de despesas” feito pelos membros do Conselho de Cardeais para o Estudo dos Problemas Organizativos e Económicos da Santa Sé.
Segundo o sacerdote italiano, na reunião de terça e quarta-feira marcaram presença os 15 membros deste conselho, cuja composição apresenta agora “uma grande representação internacional”.
O também diretor da Rádio Vaticano admitiu que os meios de comunicação da Santa Sé são “onerosos” e adiantou que os cortes já efetuados na emissora foram “apreciados” pela comissão cardinalícia.
As contas de 2011 da Santa Sé registaram um resultado negativo de 14,8 milhões de euros, enquanto a Cidade-Estado do Vaticano teve um lucro de mais de 21 milhões.
Os prejuízos registados nas estruturas de governo da Igreja Católica, em contraste com os resultados positivos de 2010 (10 milhões de euros), são justificados com as despesas ligadas aos 2832 empregados dependentes da Santa Sé, mais 26 do que no ano anterior, aos meios de comunicação social e ao “andamento negativo dos mercados financeiros mundiais”.
O padre Federico Lombardi disse que a apresentação de prejuízos é “compreensível” em tempos de crise.
Já a Cidade-Estado do Vaticano fechou o ano com um saldo positivo de 21,8 milhões de euros, resultado muito próximo do que registou no ano anterior, com destaque para o crescimento do número de visitantes dos museus, cerca de 5 milhões, que geraram receitas na ordem dos 91 milhões de euros.
RV/OC