Vaticano pede intervenções a longo prazo no sudeste asiático

Organismos católicos já recolheram 500 milhões de dólares O Vaticano pediu junto das Nações Unidas que a ajuda humanitária para os países afectados pelo maremoto de 26 de Dezembro inclua projectos de médio e longo prazo. O Núncio na ONU, arcebispo Celestino Migliore, considera que as consequências do tsunami exigem mais do que a ajuda oferecida na actual fase de “emergência”, apelando para a “solidariedade mundial”, concretizada em projectos “a médio e longo prazo, uma vez superado o choque inicial da calamidade”. No decorrer da plenária da 59ª assembleia geral das Nações Unidas, sobre as “catástrofes humanitárias”, o representante do Papa disse que “a emergência vai prolongar-se por muito tempo e é necessário esperar que a solidariedade dos cidadãos e dos governos não morra”. “O impacto extraordinário do poder da natureza num raio de milhares de quilómetros solicitou uma resposta igualmente extraordinária dos povos e governos, com uma efusão de proximidade e solidariedade raras vezes vista nos últimos tempos”, assinalou ainda. Em relação ao trabalho da Igreja Católica, o observador permanente da Santa Sé destacou o papel do Papa – mormente através do Conselho Pontifício “Cor Unum” – e das organizações católicas de solidariedade, que se colocaram no terreno “imediatamente” para distribuir socorro às populações atingidas, enquanto as ONG’s católicas têm trabalhado “directamente com as populações”, sem distinção de religião, etnia ou convicções políticas. Os fundos recolhidos pela rede de organismos católicos ascendem já a quase 500 milhões de dólares, anunciou ainda o arcebispo Migliore, destacando que “uma parte desses fundos é destinada a ajudas de emergência e o resto será para projectos a longo prazo”. Sobre o futuro, a Santa Sé defende que “as nações do mundo devem acolher esta oportunidade para inserirem objectivos humanitários importantes na sua agenda, redobrando os esforços de modo a atingir uma rápida e justa solução política nas áreas agora martirizadas por conflitos”. D. Celestino Migliore saudou ainda todos os que foram “tão rápidos e generosos” na resposta ao desastre, incluindo a ONU, pedindo que este acontecimento seja o ponto de partida para que “as Nações Unidas se tornem uma grande força, dedicada, corajosa e humanitária, como nos melhores momentos da sua história”.

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