Vaticano: Papa visitou embaixador russo para manifestar «preocupação» pela guerra na Ucrânia

«A guerra é o falhanço da política e da Humanidade», recorda Francisco

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Cidade do Vaticano, 25 fev 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco visitou hoje a Embaixada da Rússia junto da Santa Sé, num encontro dedicado ao conflito na Ucrânia, informou o Vaticano.

“Durante a visita, que durou cerca de meia hora, o Papa quis manifestar a sua preocupação pela guerra na Ucrânia”, informa o portal ‘Vatican News’.

A nota refere que Francisco se “deslocou hoje à sede da Embaixada da Federação Russa junto da Santa Sé”, localizada na ‘Via della Conciliazione’, a grande avenida que liga Roma ao Estado da Cidade do Vaticano.

A visita não constava da agenda do Papa, que chegou à Embaixada num veículo utilitário.

“O Papa está a acompanhar de perto a evolução da situação no país, onde há inúmeras mortes e feridos”, indicou o Vaticano, a respeito da crise no território ucraniano.

O portal especializado ‘Vatican Insider’ adianta Francisco e o embaixador russo, Alexander Avdeev, debateram a possibilidade de negociações entre todas as partes em conflito, mas assinala que uma mediação da Santa Sé, neste momento, é “improvável”.

Já esta tarde, o Papa recorreu à rede social Twitter para sublinhar que a guerra é “o falhanço da política e da Humanidade”, publicando uma passagem da encíclica ‘Fratelli Tutti’, de 2020.

“Cada guerra deixa o nosso mundo pior do que estava antes. A guerra é o falhanço da política e da Humanidade, uma vergonhosa capitulação, uma pungente derrota diante as forças do mal”, escreveu, num tweet em várioas línguas, incluindo o russo e o ucraniano.

O secretário de Estado do Vaticano pediu esta quinta-feira ao regresso da “negociação” para travar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, renovando os alertas do Papa contra a “loucura e horrores da guerra”.

“Os cenários trágicos, que todos temiam, infelizmente estão a tornar-se realidade. Mas ainda há tempo para a boa vontade, ainda há espaço para negociação, ainda há lugar para o exercício de uma sabedoria que impeça a prevalência de interesses particulares, proteja as aspirações legítimas de todos e salve o mundo da loucura e dos horrores da guerra”, referiu o cardeal Pietro Parolin, numa declaração oficial divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.

O responsável pela diplomacia do Vaticano reagia aos desenvolvimentos na crise na Ucrânia, citando as palavras do Papa na audiência geral desta quarta-feira.

“Quero apelar a quantos têm responsabilidade políticas, para que façam um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra, é Pai de todos, não só de alguns, que nos quer irmãos e não inimigos. Peço a todas partes envolvidas, para que se abstenham de qualquer ação que possa provocar ainda mais sofrimento à população, destabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional”, disse Francisco.

O Papa convidou crentes e não-crentes a fazer no próximo dia 2 de março, “um dia de jejum pela paz”.

A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, alegando a necessidade de “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.

António Guterres, secretário-geral da ONU, recorreu à rede social Twitter para sublinhar que “a proteção dos civis deve ser a prioridade número um”.

OC

Notícia atualizada às 19h50

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Agência ECCLESIA

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