Vaticano: Papa rejeita «educação elitista e seletiva»

Francisco deixou três caminhos para educar: “a testa, as mãos e o coração”

Cidade do Vaticano, 21 nov 2015 (Ecclesia) – Papa Francisco reuniu-se hoje, no Vaticano, com os participantes do Congresso Internacional das Escolas Católicas e afirmou-se “envergonhado” perante uma “educação elitista e seletiva”.

Francisco alertou para os “vínculos entre os vários agentes que foi quebrado” e, por isso, “a educação tem-se vindo a tornar elitista e seletiva. Os que tem certo estatuto social ou económico tem acesso à escola. Quem não o tem não tem acesso à educação.”

Perante esta realidade o Papa afirmou sentir-se “envergonhado” porque “esta é uma realidade mundial que deixa transparecer uma ‘seletividade’ humana que, em vez de aproximar os povos, os afasta entre ricos e pobres”. Outro aspeto é o pacto entre a família e a escola, “que foi quebrado e se deve recomeçar”.

Muitos desafios são hoje colocados à educação e Francisco, perante cerca de sete mil participantes, deu o exemplo de D. Bosco, “como procurou caminhos novos” e sugeriu uma “educação de emergência”.

“É fundamental uma educação de emergência capaz de arriscar uma educação informal porque a formal empobreceu-se fruto da herança do positivismo”, afirmou.

Como dica o Papa afirmou que a educação deve andar com três caminhos: “para educar as crianças, adolescentes e jovens é preciso ser mestre na “linguagem da testa, das mãos e do coração”.

Para Francisco é urgente “ensinar a pensar, ajudar a fazer bem e acompanhar o crescimento interior. É assim uma educação inclusiva porque todos têm um lugar. Inclusive humanamente”, reforçou.

O Papa convidou os participantes, em “jeito de trabalho de casa”, a “repensarem as obras de misericórdia em contexto de educação” deixando a questão: “Como posso eu, em educação, realizar as obras da misericórdia, as obras do amor”.

Olhando para a realidade das escolas católicas Francisco deixou-lhes o desafio para irem às periferias porque “os pobres têm a experiência da sobrevivência, da crueldade, da fome e da injustiça”.

 “O desafio é andar pelas periferias para os fazer crescer em humanidade, em inteligência, em hábitos, em valores para que possam dar a volta e trazer aos outros experiências que não conhecem”. 

Neste encontro Portugal esteve representado pelos membros da Comissão Episcopal da Educação e Doutrina da Fé D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, e D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto; bem como dois elementos do Secretariado Nacional da Educação Cristã, Fernando Moita, coordenador Departamento do Ensino Religioso Escolar e Elisa Urbano, coordenadora do setor das Escolas Católicas e uma comitiva da Associação Portuguesa das Escolas Católicas.

 

Educris/SN

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