Vaticano: Papa reforça apelo de paz para o Congo e pede que se evite tentação da «vingança»

Missa no rito zairense une comunidade congolesa em volta de Francisco, após viagem adiada a África

Cidade do Vaticano, 03 jul 2022 (Ecclesia) – O Papa reforçou hoje os seus apelos à paz na República Democrática do Congo (RDC), numa Missa em rito zairense que reuniu na Basílica de São Pedro representantes da comunidade congolesa.

“Hoje, queridos irmãos e irmãs, rezamos pela paz e pela reconciliação na vossa pátria, República Democrática do Congo, tão ferida e explorada. Unimo-nos às Missas celebradas no país segundo esta intenção e rezamos para que os cristãos sejam testemunhas de paz, capazes de superar qualquer sentimento de ódio e vingança, a tentação de que a reconciliação não seja possível, qualquer ligação doentia ao próprio grupo que leve ao desprezo do outro”, indicou Francisco, na sua homilia.

“Irmão e irmã, por favor: vive em paz, acende a paz e a paz habitará na tua casa, na tua Igreja, no teu país”, acrescentou.

O Papa deveria ter iniciado este sábado uma viagem à RDC e Sudão do Sul, que foi adiada devido a motivos de saúde.

Francisco refletiu com a assembleia sobre as marcas da “missão” cristã, sublinhando que “não há anúncio que funcione sem cuidar dos outros”.

Se nos perguntarmos qual é a nossa tarefa no mundo, o que devemos fazer como Igreja na história, a resposta do Evangelho é clara: a missão. Ir em missão, levar o anúncio, fazer saber que Jesus veio do Pai”.

A intervenção destacou as “surpresas missionárias” que Jesus reserva para os discípulos, que envia sem “bagagem”, confiando uns nos outros.

“Muitas vezes pensamos que nossas iniciativas eclesiais não funcionam bem porque nos faltam estruturas, dinheiro e meios: isso não é verdade. A negação vem do próprio Jesus. Irmãos, irmãs, não confiemos nas riquezas e não temamos a nossa pobreza, material e humana”, assinalou o Papa.

Francisco sustentou que cada cristão deve ser “portador da paz, que começa no coração de cada um”, para “desarmar a ganância, extinguir o ódio e o ressentimento, fugir da corrupção, da trapaça e do engano”.

“Deus está próximo e vela por nós: ele é o Pai de todos, que nos quer todos irmãos. Se vivermos sob esse olhar, o mundo não será mais um campo de batalha, mas um jardim de paz; a história não será uma corrida para terminar em primeiro, mas uma peregrinação comum”, apontou.

A celebração eucarística no rito zairense contou coma presença de diplomatas e amigos da comunidade católica congolesa de Roma e da Itália, bem como uma delegação de leigos de Kinshasa e uma representação de fiéis do Sudão do Sul.

“Que o Senhor nos ajude a ser missionários hoje, indo na companhia de irmãos e irmãs; tendo nos lábios a paz e a proximidade de Deus; levando no coração a mansidão e a bondade de Jesus, Cordeiro que tira o pecado do mundo”, concluiu o Papa.

Francisco enviou o seu secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, à RDC e Sudão do Sul, para manifestar a sua proximidade às populações, que prometeu visitar em breve.

OC

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Agência ECCLESIA

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