Vaticano: Papa pede que católicos tenham «liberdade» para anunciar a sua fé na China

Francisco evoca «todos os que sofrem» no país asiático

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 24 mai 2023 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje, no Vaticano, que as comunidades católicas na China tenham “liberdade” para anunciar a sua fé, numa mensagem a respeito da festa da padroeira do país asiático, Maria Auxiliadora.

“Convido todos a elevar orações a Deus, para que a Boa Nova de Cristo crucificado e ressuscitado possa ser anunciada na sua plenitude, beleza e liberdade, dando frutos para o bem da Igreja Católica e de toda a sociedade chinesa”, disse, no final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.

“Deixo um pensamento especial a todos os que sofrem, pastores e fiéis, para que na comunhão e na solidariedade da Igreja universal possam sentir consolação e encorajamento”, acrescentou.

A intervenção evocou a festa da padroeira da China, particularmente celebrada no Santuário de Nossa Senhora de Sheshan, perto de Xangai.

Esta data é assinalada com uma “jornada mundial de oração pela Igreja Católica na China”, sublinhou o Papa.

“Nesta circunstância, desejo assegurar a minha lembrança e manifestar proximidade aos nossos irmãos e irmãs na China, partilhando as suas alegrias e as suas esperanças”, referiu.

A 17 de maio, também durante uma audiência geral, Francisco tinha afirmado que a China é o “pais decisivo” para a missão da Igreja na Ásia.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé [Associação Patriótica Chinesa, APC] e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC seria criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade direta do Papa.

Um Acordo Provisório sobre a nomeação de bispos, entre o Vaticano e Pequim, foi assumido a 22 de setembro de 2018 e entrou em vigor um mês depois, sendo renovado a cada dois anos.

OC

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