Vaticano: Papa lembra «genocídio» do povo ucraniano, durante regime soviético

Nos 90 anos do Holodomor, Francisco denuncia «atrocidades» da guerra que atinge a Ucrânia

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 26 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje, no Vaticano, os 90 anos do Holodomor, na Ucrânia, falando num “genocídio perpetrado pelo regime soviético” que provocou “a morte, pela fome, de milhões de pessoas”.

“Essa ferida lacerante, em vez de sarar, torna-se mais dolorosa por causa das atrocidades da guerra, que continua a fazer sofrer esse querido povo”, assinalou, numa intervenção lida por monsenhor Paolo Luca Braida, de Secretaria de Estado do Vaticano.

Francisco recitou a oração do ângelus desde a capela da Casa de Santa Marta, onde reside, no Vaticano, devido ao problema de saúde que levou ao cancelamento da sua agenda no sábado.

O momento de oração foi transmitido ao vivo através da internet e nos ecrãs da Praça de São Pedro.

“Continuemos a rezar sem cessar por todos os povos dilacerados pelos conflitos, porque a oração é a força de paz que despedaça a espiral do ódio, quebra o circulo da vingança e abre vias inesperadas de reconciliação”, apelou.

Na última terça-feira, o Papa assistiu ao documentário ‘Freedom on Fire: Ukraine’s fight for freedom’ [‘Liberdade em chamas: a luta da Ucrânia pela liberdade’ tradução livre], no Vaticano.

“As guerras sempre são uma derrota. Nós, que vimos esta crueldade, este povo que defende a sua identidade, devemos estar próximos a tamanho sofrimento e rezar por este povo, rezar para que venha a paz”, disse, no final da projeção.

Este sábado, o patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, presidiu a uma oração de memória no Mosteiro dos Jerónimos, assinalando os 90 anos do Holodomor na Ucrânia e as “vítimas de crueldade indescritível, que morreram pura e simplesmente à fome”.

“Vivo isto como uma manifestação de proximidade, antes de mais às vítimas do Holodomor na Ucrânia há 90 anos, mas não haja dúvida nenhuma de que a Ucrânia é hoje novamente uma terra onde se morre”, afirmou à Lusa o responsável católico.

CB/OC

 

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