Vaticano: Papa lança apelo em defesa da dignidade dos trabalhadores

Francisco denuncia exploração laboral e alerta para consequências da pandemia

Cidade do Vaticano, 06 mai 2020 (Ecclesia) – O Papa lançou hoje no Vaticano um apelo em defesa da dignidade dos trabalhadores, denunciando situações de exploração laboral, durante a audiência geral que foi transmitida online.

“Por ocasião do 1 de maio, recebi várias mensagens sobre o mundo do trabalho e os seus problemas. Fiquei particularmente impressionado com o dos trabalhadores agrícolas, entre eles muitos migrantes, que trabalham nas regiões rurais de Itália. Infelizmente, muitos são extremamente explorados”, disse Francisco, na biblioteca do Palácio Apostólico.

Recordando as consequências sociais e económicas da pandemia de Covid-19, o pontífice sublinhou que a crise “afeta todos”, mas insistiu que “a dignidade das pessoas deve sempre ser respeitada”.

“É por isso que uno a minha voz ao apelo desses trabalhadores e de todos os trabalhadores explorados: convido a fazer da crise a oportunidade de voltar a colocar no centro a dignidade da pessoa e a dignidade do trabalho”, declarou.

Na última semana, o Papa enviou uma mensagem a trabalhadores migrantes que foram vítimas de exploração em atividades agrícolas, na Itália.

O texto, transmitido através do substituto da Secretaria de Estado do Vaticano, refere a proximidade de Francisco “aos muitos trabalhadores que, dentro da cadeia agroalimentar, estão a fazer um grande esforço, no meio de muitos riscos e dificuldades, para fornecer os alimentos necessários à comunidade”.

Já na celebração do dia do trabalhador, durante a Missa a que presidiu na festa litúrgica de São José operário, Francisco pediu emprego “digno” e para todos.

“Rezemos por todos os trabalhadores. Por todos, para que não falte trabalho a nenhuma pessoa, todos sejam justamente retribuídos e possam gozar da dignidade do trabalho e da beleza do descanso”, declarou.

Francisco falou, em particular, de trabalhadores informais, “com uma retribuição mínima por muitas horas trabalhadas”, ou das empregadas domésticas exploradas, sem proteção social ou reforma.

“Também hoje há muitos escravos, muitos homens e mulheres que não são livres para trabalhar: são obrigados a trabalhar, para sobreviver, nada mais. São escravos: os trabalhos forçados… são trabalhos forçados, injustos, mal pagos e que levam o homem a viver com a dignidade espezinhada. São muitos, muitos no mundo”, lamentou.

OC

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Agência ECCLESIA

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