Vaticano: Papa envia saudação pelo Ano Novo Lunar, evocando impacto da pandemia no Extremo Oriente

Francisco deixa alertas para conflitos no Mianmar, Peru e Ucrânia, convidando peregrinos a rezar pela paz

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 22 jan 2023 (Ecclesia) – O Papa deixou hoje no Vaticano votos de paz às famílias do Extremo Oriente, que vivem as festividades do Ano Novo Lunar, celebrado este domingo, evocando o impacto da pandemia.

“Desejo formular votos de paz e de todo o bem a quantos, no Extremo Oriente e em várias partes do mundo, celebram o Ano Novo lunar. Nesta alegre circunstância, não posso deixar de exprimir a minha proximidade espiritual a quantos atravessam momentos de provação, causados pela pandemia do coronavírus, na esperança de que as presentes dificuldades sejam superadas quanto antes”, disse, desde a janela do apartamento pontifício.

Após a recitação do ângelus, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco deixou votos de que “a gentileza, a sensibilidade, a solidariedade e a harmonia, que se experimentam nas famílias, reunidas como é tradição, possam sempre permear e caraterizar as relações familiares e sociais, para que se possa viver uma vida serena e feliz”.

“Um bom ano”, desejou.

O Ano Novo Lunar é celebrado por milhões de pessoas, tanto no Extremo Oriente como em várias comunidades asiáticas espalhadas pelo mundo, incluindo Portugal, sobretudo chineses, coreanos e vietnamitas.

A intervenção evocou, “com dor”, a crise no Mianmar, onde foi “incendiada e destruída a igreja de Nossa Senhora da Assunção, na aldeia de Chan-tha-ywa, um dos locais de culto mais antigos e importantes do país”.

“Estou próximo à população civil indefesa, que em muitas cidades é colocada a dura prova. Deus queira que este conflito acabe em breve e se abra um tempo novo de perdão, de amor e de paz”, declarou.

Foto: Lusa/EPA

O Papa convidou os presentes a rezar uma Ave-Maria pelo Mianmar, bem como pelo fim dos “atos de violência no Peru”.

O país sul-americano enfrenta uma onda de violência, depois de Dina Boluarte ter assumido a chefia do Estado na sequência da destituição, pelo Congresso, do anterior presidente, Pedro Castillo, acusado de tentar executar um golpe de Estado.

“A violência apaga a esperança numa justa solução dos problemas. Encorajo todas as partes a empreender a via do diálogo entre irmãos, na mesma nação, no pleno respeito pelos Direitos Humanos e pelo Estado de Direito”, disse Francisco.

Mudando a sua intervenção para o espanhol, para se unir ao apelo dos bispos católicos do Peru, o Papa pediu: “Não à violência, venha de onde vier. Não a mais mortes!”.

Numa intervenção dedicada a vários conflitos, Francisco saudou os “sinais positivos” que chegam da região anglófona dos Camarões, convidando todas as partes a “perseverar no caminho do diálogo e da compreensão recíproca”.

O discurso encerrou-se com uma intenção especial para a semana de oração pela unidade dos cristãos, que decorre anualmente de 18 a 25 de janeiro.

“Não nos esqueçamos, por favor, de invocar a paz para a martirizada Ucrânia. Que o Senhor conforte e sustente aquele povo que sofre tanto, sofre tanto”, apelou o Papa.

OC

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Agência ECCLESIA

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