Francisco acredita que medidas em vigor podem impedir novos escândalos
Cidade do Vaticano, 08 jul 2022 (Ecclesia) – O Papa elogiou as reformas financeiras em curso, no Vaticano, manifestando a sua confiança de que as medidas em vigor podem impedir novos escândalos.
“Acredito que este novo dicastério, digamos assim, que tem todo o financiamento nas mãos, é uma segurança séria na administração, pois antes, a administração era muito desordenada”, referiu, em entrevista à Reuters, a respeito da Secretaria para a Economia, da Santa Sé.
A passagem da conversa, divulgada hoje, aborda questões como a venda do edifício de Londres na Sloane Avenue, atualmente em investigação pelo Tribunal do Vaticano.
Francisco é questionado sobre a existência de “mudanças suficientes para evitar que escândalos semelhantes se repitam”.
“Acredito que sim”, respondeu, destacando a criação da Secretaria para a Economia, com “técnicos que entendem” dos temas, para que “não caiam nas mãos de ‘benfeitores’, ou de amigos que os fazem escorregar”.
O Papa citou o exemplo de um chefe de seção da Secretaria de Estado do Vaticano, que tinha de administrar matérias financeiras, sem qualificação para tal, e procurava a ajuda de amigos.
“Mas às vezes os amigos não eram a Beata Imelda e aí aconteceu o que aconteceu”, comentou Francisco, citando Imelda, uma menina do século XIV que é considerada como um exemplo de pureza.
Para o pontífice, nestas situações existiu “irresponsabilidade da estrutura”, ao confiar funções desadequadas a uma “pessoa boa”, mas que “não entendia” de Finanças.
“Teve de pedir ajuda fora, sem controlo suficiente desde dentro. A administração não estava madura”, precisou.
O Papa recordou que a iniciativa de criar uma Secretaria para a Economia nasceu do cardeal Pell, australiano, que considerou “o génio” destas transformações.
A nova constituição da Cúria Romana, publicada a 19 de março, determina que a Secretaria para a Economia “desempenha a função de Secretaria papal para as matérias económicas e financeiras”.
O organismo “exerce o controlo e vigilância em matéria administrativa, económica e financeira sobre as Instituições curiais, os Departamentos e as Instituições ligadas à Santa Sé ou que lhe fazem referência”.
Entre os outros organismos económicos da Cúria Romana estão o Conselho para a Economia, Administração do Património da Sé Apostólica (APSA), o Departamento do auditor geral, a Comissão de Matérias Reservadas e o Comité para os Investimentos.
OC