Vaticano: Papa elogia diálogo EUA-Cuba e fecho da prisão de Guantánamo

Francisco deixa apelo à aproximação entre as Coreias e apontou prioridades na ação da ONU para 2015

Cidade do Vaticano, 12 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco elogiou hoje no Vaticano os sinais de diálogo entre os Estados Unidos da América e Cuba, apelando ainda à aproximação entre as Coreias.

“Um exemplo, que muito me alegra, de como o diálogo pode verdadeiramente fundar e construir pontes chega-nos da recente decisão tomada pelos Estados Unidos e Cuba de porem termo a um silêncio recíproco que durou mais de meio século e aproximarem-se para bem dos respetivos cidadãos”, referiu aos membros do corpo diplomático acreditados junto da Santa Sé, para o tradicional encontro de Ano Novo.

Francisco declarou a sua satisfação perante a vontade manifestada pela administração norte-americana de “fechar definitivamente a prisão de Guantánamo” e elogiou a “disponibilidade generosa de alguns países para receber os detidos”.

A intervenção, com mais de 30 minutos, apelou ao diálogo entre as duas Coreias, “países irmãos que falam a mesma língua”.

O Papa manifestou igualmente votos de “paz estável na Colômbia” e apoiou as iniciativas que visam “restabelecer a concórdia na vida política e social da Venezuela”, para além de sublinhar a necessidade de um acordo sobre a utilização da energia nuclear “para fins pacíficos” no Irão.

Francisco recordou que em 2015 se vai assinalar o 70.º aniversário do primeiro bombardeamento atómico, “uma das mais terríveis catástrofes” da história humanidade.

“Das cinzas daquela imensa tragédia que foi a II Guerra Mundial, surgiu, entre as nações, uma vontade nova de diálogo e de encontro que deu vida à Organização das Nações Unidas”, acrescentou.

Neste contexto, o Papa realçou as prioridades da ONU para este ano: a “redação da Agenda de Desenvolvimento pós-2015, com a adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, e a elaboração de um “novo acordo sobre o clima”.

Francisco afirmou também que a “persistente crise económica” gera desconfiança e favorece a “conflitualidade social”.

“Não há pobreza pior do que aquela que priva do trabalho e da dignidade do trabalho reduzindo-o a uma forma de escravidão”, alertou.

A Santa Sé mantém atualmente relações diplomáticas plenas com 180 Estados, a que se somam a União Europeia, a Soberana Ordem de Malta e uma Missão de natureza especial, a do Estado da Palestina.

OC

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