Francisco recorda críticas à ação de Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos
Cidade do Vaticano, 15 set 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a Igreja Católica deve uma atenção particular aos “pecadores”, como fazia Jesus Cristo, lamentando a rigidez de quem recusa a “misericórdia” de Deus.
“Nós erramos quando nos consideramos justos, quando pensamos que os maus são os outros. Julgamo-nos bons porque sozinhos sem a ajuda de Deus que é bom, não sabemos vencer o mal”, advertiu, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação dominical da oração do ângelus.
Francisco considerou que o “amor infinito de Deus” está no coração do Evangelho, mas pode ser “recusado”.
“É um risco que também nós corremos: acreditar num Deus mais rigoroso do que misericordioso, um Deus que derrote o mal com o poder, mais do que com o perdão. Não, Deus salva com o amor, não com a força”, declarou.
O Papa recordou que Jesus Cristo “acolhia os pecadores e comia com eles”, o que lhe valia suspeições e críticas, por parte dos seus contemporâneos, a que respondia com ensinamentos sobre a misericórdia divina
“A frase que poderíamos escrever nas portas das nossas igrejas é: ‘Aqui Jesus acolhe os pecadores e convida-os à sua mesa’”, sustentou o pontífice.
Francisco convidou os católicos a ler hoje o capítulo 15 do Evangelho segundo São Lucas, com três parábolas: a da ovelha perdida, a da moeda encontrada e a do filho pródigo.
Deus espera por nós, não se cansa, não perde o ânimo. Porque somos nós, cada um de nós, aquele filho abraçado de novo, a moeda encontrada, a ovelha acariciada e colocada aos ombros. Ele espera, todos os dias, que nos lembremos do seu amor”.
O Papa convidou os presentes a ter “coragem”, na certeza de que nenhum pecado tem a “última palavra”.
“Que Nossa Senhora, desatadora dos nós da vida, nos livre da pretensão de nos julgarmos justos e nos faça sentir a necessidade de ir ao encontro do Senhor, que espera para nos perdoar”, acrescentou.
Francisco recordou depois duas beatificações dos últimos dias: a de Benedetta Bianchi Porro, que morreu em 1964, aos 28 anos de idade, que deu um “testemunho luminoso de fé e de amor”, numa vida marcada pela doença; e a do padre Riccardo Henkes, sacerdote palotino, martirizado em Dachau, durante a II Guerra Mundial, no ano de 1945.
“Que o exemplo destes dois corajosos discípulos de Cristo apoie o nosso caminho de santidade”, declarou, pedindo um aplauso para os novos beatos.
OC