Igreja/Sociedade: «Não podemos ignorar realidade das prisões» – D. Joaquim Mendes

Bispo auxiliar de Lisboa presidiu à peregrinação da Pastoral Penitenciária a Fátima

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 15 set 2019 (Ecclesia) – D. Joaquim Mendes, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana disse que as comunidades cristãs, paróquias e dioceses “não podem ignorar” a situação dos reclusos e dos outros que estão nos estabelecimentos prisionais, assim como as suas famílias.

“Não podemos ignorar realidade das prisões e a situação de tantos reclusos abandonados pelas suas famílias, ou longe delas, sem visitas, sem recursos, por vezes, privados de bens de primeira necessidade e de apoio jurídico e social”, afirmou D. Joaquim Mendes, este sábado, no Santuário de Fátima.

Na homilia da quarta peregrinação nacional da Pastoral Penitenciária, enviada à Agência ECCLESIA, o bispo auxiliar de Lisboa explicou que não se pode “ignorar, nem esconder atrás do biombo estas «periferias» humanas e existenciais”.

“Silenciosas, marcadas pela humilhação, pela vergonha, pelo sofrimento, pela exclusão e marginalização social”, acrescentou no encontro onde fizeram presente “a Nossa Senhora os 11 944 reclusos, homens e mulheres, distribuídos pelos 49 estabelecimentos prisionais do país, de grau elevado e de grau médio”.

O bispo lembrou também as suas famílias “afetadas pela sua situação que é causa de sofrimento” e “as vítimas dos seus crimes, para que Nossa Senhora os ajude a alcançar a graça do perdão e da reconciliação”.

“Também queremos rezar por todos os que cuidam dos reclusos e os acompanham no dia-a-dia, para que o façam com humanismo e respeito pela sua dignidade, ajudando-os numa verdadeira recuperação”, acrescentou.

‘Peregrinos Missionários: Todos, Tudo, Sempre!’ foi o tema da peregrinação e na véspera do encontro o coordenador deste setor pastoral disse que “é sempre importante que as pessoas se encontrem e convivam e descontraidamente”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre João Gonçalves explicou que quando se fala em Pastoral Penitenciária se referem “três dimensões”: “A prisão, a prevenção e reinserção social”.

A quarta peregrinação nacional da Pastoral Penitenciária ao Santuário de Fátima teve momentos de acolhimento e convívio, oração e celebração, partilha, e uma “pequenina sessão muito simbólica só para sublinhar” os 10 anos do Decreto-Lei n.º 252/2009 ‘Assistência Espiritual e Religiosa nos Estabelecimentos Prisionais’, que “regulamenta” esta “presença nas prisões”, acrescentou o sacerdote.

Na homilia da Missa e da Festa da Santa Cruz, D. Joaquim Mendes realçou que a cruz de Jesus ensina que “na vida existe o fracasso e a vitória” e pediu que a “cruz acompanhe na missão pastoral junto dos irmãos reclusos”, para “nela encontrarem luz e força para o seu caminho de reabilitação”.

O setor da Pastoral Penitenciária é um organismo da Conferência Episcopal Portuguesa que “procura encarnar e testemunhar a solicitude de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja pelos reclusos e reclusas, bem por aqueles que os acompanham”.

Nesta iniciativa participaram reclusos e seus familiares, ex-reclusos e seus familiares, assistentes espirituais e religiosos prisionais e colaboradores, voluntários, dirigentes das prisões, guardas prisionais, técnicos que trabalham nas prisões, familiares de todos estes agentes e todos os simpatizantes deste setor da Igreja Católica.

CB/OC

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