Francisco alerta para perigo de deixar que os ensinamentos de Jesus sejam «palavra morta»
Cidade do Vaticano, 31 out 2021 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que os católicos devem transformar o Evangelho em atos concretos de amor, para que o ensinamento de Jesus não seja “palavra morta”.
“Tomemos como exemplo o Evangelho de hoje: não basta lê-lo e compreender que devemos amar a Deus e vizinho. É necessário que este mandamento, o grande mandamento, ressoe em nós, seja assimilado, se torne a voz da nossa consciência”, referiu, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.
Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco sustentou que “o Senhor não procura comentadores hábeis das Escrituras, mas corações dóceis que, acolhendo a sua Palavra, se deixam transformar por dentro”.
“Por isso é tão importante conhecer o Evangelho, tê-lo sempre à mão, uma pequena edição de bolso, na mala, apaixonar-se por ele”, acrescentou.
A reflexão partiu de uma passagem bíblica, lida hoje nas igrejas de todo o mundo, em que Jesus apresenta o “grande mandamento”: “Amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças e o próximo como a ti mesmo”.
Far-nos-á bem esta noite, antes de adormecer, fazer um exame de consciência sobre esta Palavra, para ver se hoje amamos o Senhor e demos um pouco de bem àqueles que, por acaso, encontramos. Que cada encontro seja dar um pouco de bem, um pouco de amor”.
Francisco deixou indicações para a leitura da Bíblia, realçando que esta não pode ser recebida como “qualquer notícia”, mas “deve ser repetida, tornada própria, preservada”.
“A tradição monástica usa um termo ousado, mas muito concreto, diz assim: a Palavra de Deus deve ser ruminada”, indicou.
O Papa desafiou os católicos a tornar-se uma “tradução viva, diferente e original da única Palavra de amor que Deus dá”.
Já após a recitação do ângelus, Francisco pediu uma salva de palmas para os quatro jovens sacerdotes mortos em 1936, durante a experiência da Guerra Civil Espanhola, beatificados este sábado em Tortosa.
Francisco Cástor Sojo López e três companheiros mártires foram mortos por “ódio à fé”, sendo recordados pelo Papa como “pastores zelosos e generosos”, que permaneceram fiéis ao seu ministério, arriscando a vida.
“Que o seu testemunho seja um modelo, especialmente para os sacerdotes”, concluiu.
OC