Vaticano: Papa critica quem se diz cristão, mas explora trabalhadores ou paga «por baixo da mesa»

Francisco diz que verdadeira conversão ultrapassa gestos exteriores

Cidade do Vaticano, 20 fev 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco criticou hoje no Vaticano os que se dizem cristãos, cumprindo ritos exteriores, mas depois exploram os trabalhadores a seu cargo ou cometem irregularidades

“Não se pode fazer ofertas à Igreja à custa da injustiça com os funcionários. Este é um pecado gravíssimo: é usar Deus para cobrir a injustiça”, declarou, durante a homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.

Francisco questionou quem paga “por baixo da mesa” (‘in nero’, no original italiano) aos trabalhadores e quem não lhes paga “o salário justo”, incluindo os descontos para a reforma e para a saúde.

“O amor a Deus e o amor ao próximo são uma unidade e quem quer fazer penitência, real e não formal, tem de fazê-la diante de Deus e do irmão, com o próximo”, prosseguiu.

O Papa citou a carta do Apóstolo Tiago (Novo Testamento) para sublinhar que a fé sem obras “é morta”.

“Quantos, quantos homens e mulheres têm fé mas dividem as tábuas da lei: ‘Sim, sim, eu faço isto’. Mas tu dás esmola? ‘Sim, sim, mando sempre um donativo para a Igreja’. Ah, bom, mas na tua Igreja, na tua casa, com os que dependem de ti – sejam filhos, netos, os empregados -, és generoso, és justo?”, perguntou.

Francisco sustentou que “aquele que não faz justiça com as pessoas que dependem dele” não é “um bom cristão”, da mesma maneira que não o é “quem não se despoja de algo de que precisa para dar a outro que tenha necessidade”.

“Acompanha, Senhor, o nosso caminho quaresmal para que à observância exterior corresponda uma profunda renovação interior pelo Espírito”, concluiu.

OC

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