Vaticano: Papa convida humanidade a seguir «luz» de Deus

Francisco presidiu à missa na solenidade litúrgica da Epifania e evocou experiência dos Reis Magos

Cidade do Vaticano, 06 jan 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje a humanidade a seguir a “Luz” de Deus e apresentou os Magos do Oriente como um exemplo de sabedoria.

“Na festa da Epifania, em que recordamos a manifestação de Jesus à humanidade no rosto dum Menino, sentimos ao nosso lado os Magos como sábios companheiros de estrada. O seu exemplo ajuda-nos a levantar os olhos para a estrela e seguir os anseios grandes do nosso coração”, disse, na homilia da missa a que presidiu na Basílica de São Pedro, assinalando esta solenidade litúrgica, conhecido popularmente como dia de reis.

Segundo o Papa, os Magos que de acordo com os relatos evangélicos foram a Belém adorar Jesus, guiados por uma estrela, ensinam todos a não deixarem “enganar pelas aparências, por aquilo que, aos olhos do mundo, é grande, sábio, poderoso”.

“Ensinam-nos a não nos contentarmos com uma vida medíocre, sem grandes voos, mas a deixarmo-nos sempre fascinar pelo que é bom, verdadeiro, belo, por Deus, que é tudo isso elevado ao máximo”, acrescentou.

Francisco frisou que ninguém que se deve” contentar com a aparência, com a fachada”.

“É preciso ir mais além, rumo a Belém, onde, na simplicidade duma casa de periferia, entre uma mãe e um pai cheios de amor e de fé, brilha o Sol nascido do alto, o Rei do universo. Seguindo o exemplo dos Magos, com as nossas pequenas luzes, procuramos a Luz”, declarou.

O Papa destacou a “experiência” dos Magos “à procura da grande Luz de Cristo” e disse que nela está simbolizado o destino de cada homem: “A nossa vida é um caminhar, guiado pelas luzes que iluminam a estrada, para encontrar a plenitude da verdade e do amor, que nós, cristãos, reconhecemos em Jesus, Luz do mundo”.

A homilia recordou que a estrela deixou de brilhar no palácio do rei Herodes, onde reinava “a escuridão, a desconfiança, o medo, a inveja”.

“Na realidade, Jesus não veio para derrubar um miserável fantoche como ele [Herodes], mas o Príncipe deste mundo [expressão usada pelo Papa para se referir ao demónio]”, precisou.

Francisco destacou que “todo um mundo construído sobre o domínio, o sucesso e a riqueza é posto em crise por um menino”.

“Os Magos souberam superar aquele perigoso momento de escuridão junto de Herodes, porque acreditaram nas Escrituras, na palavra dos profetas que indicava Belém como o local do nascimento do Messias”, prosseguiu.

Nesse contexto, o Papa falou numa “santa astúcia” que permite reconhecer os perigos e evitá-los.

“Estes sábios vindos do Oriente ensinam-nos o modo de não cair nas ciladas das trevas e defender-nos da obscuridade que teima em envolver a nossa vida. É preciso acolher no nosso coração a luz de Deus e, ao mesmo tempo, cultivar aquela astúcia espiritual que sabe combinar simplicidade e argúcia”, acentuou.

Após a leitura do Evangelho, teve lugar o solene ‘Anúncio da Páscoa’ (20 de abril, em 2014), com as principais datas móveis do ano litúrgico, da Quarta-feira de Cinzas ao primeiro domingo do Advento.

A Epifania, palavra de origem grega que significa ‘brilho’ ou ‘manifestação’, é uma das festas litúrgicas mais antigas (séc. IV), e é celebrada tanto no Oriente como no Ocidente.

OC

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