Vaticano: Papa chama «blasfémia» ao terrorismo religioso

Francisco rejeita «qualquer tentativa de manipular Deus» para justificar violência

Cidade do Vaticano, 02 fev 2018 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje no Vaticano os participantes na Conferência ‘Combater a violência praticada em nome da religião’, perante os quais declarou que evocar o nome de Deus para justificar o terrorismo é uma “blasfémia”.

“A pessoa religiosa sabe que uma das maiores blasfémias é apelar a Deus como garante dos próprios pecados e crimes, usá-lo para justificar o homicídio, o massacre, a escravidão, a exploração, qualquer forma de opressão e a perseguição de pessoas e populações inteiras”, declarou, numa intervenção divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.

Francisco desafiou os líderes religiosos a demarcar-se de “qualquer tentativa de manipular Deus”, insistiu o Papa, acrescentando que a pertença a uma determinada religião não justifica a discriminação de quem professa um credo diferente.

“A violência veiculada e praticada em nome da religião só pode gerar descrédito em relação à própria religião; como tal, deve ser condenada por todos e, com convicção especial, pelo homem autenticamente religioso, que sabe que em Deus não pode haver espaço para o ódio, o rancor e a vingança”, assinalou.

O Papa considerou “significativo” este encontro entre responsáveis políticos e líderes religiosos para falar sobre fundamentalismo, desejando que os responsáveis pela educação e a comunicação se unam num esforço conjunto para combater a violência em nome da religião.

“Expresso novamente o meu apreço pela vontade de reflexão e de diálogo sobre um tema tão dramaticamente importante, e por terem dado assim um contributo qualificado ao crescimento da cultura da paz, fundada sempre sobre a verdade e o amor”, concluiu, saudando os participantes na conferência, que decorreu em Roma desde quarta-feira.

OC

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