Francisco tem estado limitado por problema num joelho
Cidade do Vaticano, 15 jun 2022 (Ecclesia) – O Papa assumiu hoje no Vaticano que tem de “ouvir o corpo e aceitar os limites”, comentando o impacto da doença e problemas físicos na velhice.
“O corpo tem outro ritmo: é preciso ouvir o corpo e aceitar os limites. Todos os temos, também eu agora tenho de andar com a bengala, todos”, disse, durante a audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.
A passagem da catequese papal foi saudada pelos presentes com uma salva de palmas.
Francisco tem sido afetado por um problema no joelho que o levou a deslocar-se, nas últimas semanas, em cadeira de rodas; por recomendação médica, o Papa acabou por adiar a viagem que tinha previsto fazer à República Democrática do Congo e Sudão do Sul, cancelando ainda a Missa com procissão, no próximo domingo, por ocasião da solenidade do Corpo de Deus.
A reflexão desta quarta-feira, inserida num ciclo de catequeses dedicado à velhice, deixou fortes críticas à forma como a sociedade trata os idosos.
“Esta cultura do descarte parece eliminar os idosos. Sim, não os mata, mas elimina-os socialmente, como se fossem um peso, que é melhor esconder. Isto é uma traição à própria humanidade, é a coisa mais feia, selecionar a vida segundo a utilidade, a juventude”, advertiu o Papa.
Francisco considerou que o diálogo entre as crianças e os idosos é “fundamental” para a Igreja e a sociedade.
“Os velhos têm tanto a dar-nos, a sabedoria da vida, tanto a ensinar-nos”, apontou.
Devemos sentir a responsabilidade de visitar os idosos, que muitas vezes estão sozinhos, e apresentá-los ao Senhor com nossas orações”.
O Papa citou uma mensagem que dirigiu à Academia Pontifícia para a Vida, em 2014: “Uma sociedade é verdadeiramente acolhedora, em relação à vida, quando reconhece que a vida é preciosa mesmo na velhice, na deficiência, nas doenças graves e quando se está a apagar”.
“A vida é sempre preciosa”, insistiu.
Francisco pediu os idosos mantenham o olhar no futuro e assumam responsabilidades, também nas comunidades católicas.
“Se os idosos, em vez de serem descartados e dispensados do cenário de eventos que marcam a vida da comunidade, fossem colocados no centro da atenção coletiva, seriam encorajados a exercer o precioso ministério da gratidão a Deus, que não esquece ninguém”, detalhou.
A intervenção destacou, a este respeito, que as mulheres podem ensinar os homens sobre “gratidão e sobre ternura de fé”.
“O serviço evangélico da gratidão pela ternura de Deus não se escreve de forma alguma na gramática do homem patrão e da mulher serva”, acrescentou.
OC