LOC/MTC: Trabalhadores cristãos aprovam moção contra «regulamentação da prostituição»

Congresso nacional pede «políticas concretas» que promovam a paz, eliminem a pobreza, criem empregos de qualidade e salários justos

Foto: LOC/MTC

Mealhada, 15 jun 2022 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) aprovou uma moção contra a regulamentação da prostituição em Portugal, após debate no congresso nacional da instituição, realizado a 10 e 11 de junho, no Luso.

“Não podemos aceitar a mercantilização do corpo, como se de algo natural se tratasse. Não podemos legitimar o negócio de seres humanos, onde o tráfico de pessoas se intensifica, sendo as mulheres e as crianças as mais atingidas, sobretudo as mulheres migrantes, porque estão mais desprotegidas”, refere a LOC/MTC, no documento enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Os trabalhadores cristãos assinalam que a prostituição “não é, nem pode ser considerada como trabalho como outro qualquer”.

O texto intitulado ‘A regulamentação da prostituição, Não’ sublinha que “não vale tudo” em nome dos interesses económicos ligados ao que se designa por ‘indústria do sexo’, que visa “multiplicar negócios, acumular fortunas, à custa da mais vil exploração de mulheres e jovens”.

Para a Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos, o caminho para combater a prostituição é a aposta em “políticas concretas” que promovam a paz, eliminem a pobreza, criem empregos de qualidade, salários justos e reforcem a proteção social.

Que simultaneamente se promova o acesso e o sucesso escolares, dando corpo a uma educação de qualidade para todos, bem como à igualdade de oportunidades e de tratamento, reforçando as políticas inclusivas, contribuindo para mudar a vida das mulheres, dos jovens e dos homens que buscam uma vida digna”.

Neste encontro nacional, os congressistas da LOC/MTC Portugal também aprovaram a moção ‘A Fraternidade é o nome da Paz’, na qual começam por manifestar “apreensão” pela incapacidade das instituições políticas, económicas e religiosas, “fazerem valer a sua voz na promoção do diálogo livre e aberto que conduza à paz plena”.

“Constatamos com tristeza e indignação que mais uma vez são os interesses económicos, de posse e domínio que se sobrepõem ao valor das Vidas Humanas e ao cuidado da Mãe Terra. A guerra na Ucrânia, provocada pela invasão da Rússia, no continente Europeu, veio tornar ainda mais presente as duras realidades de muitas outras guerras e guerrilhas, que continuam bem acesas em outros lugares da África, da Ásia, da América e do Médio Oriente”, desenvolvem os participantes.

Os membros da LOC/MTC quiseram unir as suas vozes às do Papa Francisco e do secretário-geral da ONU, António Guterres, numa mensagem em favor da paz e apelando “ao desinvestimento na produção de armamento, ao fim das armas nucleares e à diminuição dos orçamentos militares”.

‘Dignificar o trabalho, cuidar da casa comum’ foi o tema do 18º congresso da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos Portugal, que contou com cerca de 150 participantes, entre militantes e convidados.

Américo Monteiro foi reeleito como coordenador nacional da LOC/MTC e Fátima Pinto como vice-coordenadora.

CB/OC

 

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