Vaticano: Papa assinala Dia dos Avós e pede «gesto de ternura» para os mais velhos

«Caros jovens, cada um destes idosos é vosso avô, não os deixem sós», disse Francisco

Angelus
Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 26 jul 2020 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje o Dia dos Avós, na memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, avós de Jesus, pedindo atenção especial aos mais velhos, particularmente atingidos pela pandemia.

“Gostaria de convidar os jovens a fazer um gesto de ternura com os idosos, sobretudo os mais sós, nas casas e lares, os que há tantos tempos não vêm os seus entes queridos”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, no Vaticano, após a recitação da oração do ângelus.

“Caros jovens, cada um destes idosos é vosso avô, não os deixem sós. Usai a fantasia do amor- telefonemas, videochamadas, mensagens-, escutai-os e, onde for possível – no respeito pelas normas sanitárias –, visitai-os. Enviai-lhes um abraço, eles são as vossas raízes”, acrescentou.

Francisco sublinhou que uma árvore separada das raízes “não cresce, não floresce, não dá frutos”.

O Papa citou depois uma frase do escritor argentino Francisco Luis Bernárdez: “Tudo o que a árvore tem de florido, vem-lhe do que está enterrado”.

Após a intervenção, o pontífice convidou todos os que o acompanhavam, na Praça de São Pedro, a dedicar um aplauso aos avós.

Na sua reflexão dominical, Francisco falou de Jesus como o “tesouro” pelo qual vale a pena “arriscar tudo”, porque oferece “a alegria de descobrir um sentido para a vida”.

O Papa explicou que, na passagem do Evangelho lida hoje nas igrejas de todo o mundo, o Reino do Céu é comparado a duas realidades “preciosas” diferentes, um tesouro escondido no campo e uma pérola de grande valor.

“A reação de quem encontra a pérola ou o tesouro é praticamente a mesma: o homem e o comerciante vendem tudo para comprar o que mais interessa agora”, observou, “abandonando assim a segurança material”.

“É uma questão de abandonar o fardo pesado dos nossos valores mundanos que nos impedem de procurar e construir o Reino: o desejo de possuir, a sede de ganho e poder, o pensar apenas em nós mesmos”, disse ainda.

Francisco destacou que aqueles que encontraram este tesouro têm “um coração criativo e buscador, que não se repete, mas inventa”, indo ao encontro dos outros.

“Que a Virgem Santa nos ajude a buscar o tesouro do Reino dos Céus todos os dias, para que nas nossas palavras e gestos se manifeste o amor que Deus nos deu por Jesus”, concluiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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