Vaticano: Papa afirma que a «guerra é um retrocesso» e incentiva a «combater as verdadeiras batalhas da civilização»

Francisco assinalou que gastar dinheiro em armas «suja a alma, suja o coração, suja a humanidade»

Foto Vatican News

Cidade do Vaticano, 21 mar 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje que “é um escândalo” os gastos com o armamento quando a luta devia ser “contra a fome e a sede, doenças e epidemias, a pobreza e a escravidão”, à organização italiana ‘Eu tive sede’.

“Gasta-se com armas para fazer guerras, não só esta que é gravíssima e estamos vivendo agora, e sentimos mais porque está mais perto, mas na África, no Oriente Médio, na Ásia, as guerras continuam”, assinalou o Papa na Sala Clementina, no Vaticano.

Francisco afirmou que “é um escândalo os gastos com armas” e, mesmo não tendo “o valor exato” da percentagem do PIB que “se gasta em armas” realça que “é uma percentagem alta”, o que “é terrível”.

O Papa, aos sessenta membros da organização italiana de voluntariado ‘Eu tive sede’, acrescentou que “isso é grave” observou que “gastar em armas, suja a alma, suja o coração, suja a humanidade”.

“Para que serve comprometermo-nos todos juntos, solenemente, a nível internacional, nas campanhas contra a pobreza, contra a fome, contra a degradação do planeta, se voltamos ao velho vício da guerra, à velha estratégia do poder dos armamentos, que leva tudo e todos para trás?”, questionou.

Francisco destacou que “a guerra é um retrocesso”, caminha-se para trás e depois é preciso “começar tudo de novo”, quando as forças e os recursos deviam estar unidos “para combater as verdadeiras batalhas da civilização”, e exemplificou que é “a luta contra a fome e a sede, a luta contra doenças e epidemias, a luta contra a pobreza e a escravidão”.

O portal ‘Vatican News’ informa que a organização ‘Eu tive sede’ em dez anos de existência, foi fundada em 2012, em Modena, já realizou 47 projetos humanitários em 13 países menos desenvolvidos – em África e no Oriente Médio – e eventos culturais e sociais de conscientização no território italiano, onde também apoiaram em terremotos, inundações e na pandemia.

Atualmente, na África subsaariana têm atualmente 32 projetos ligados a instalações hidráulicas e nos setores de saúde e educação; No Burquina Faso, foi dedicado ao Papa Francisco um dos poços de água potável construído na aldeia de Nèdogo-Koupela.

O Papa recordou que o objetivo claro e urgente da organização é levar água potável a quem não tem, salientando que o acesso à água “é agora um ponto crítico para o presente e o futuro próximo da família humana”.

“É uma questão prioritária para a vida do planeta e para a paz entre os povos. Isso diz respeito a todos. No entanto, no mundo, especialmente na África, existem populações que sofrem mais do que outras com a falta de acesso a esse bem primário”, desenvolveu.

Destacando que os trabalhos da organização são “sempre realizados com trabalhadores locais” e em colaboração com os missionários e as comunidades eclesiais, Francisco sublinhou que “a vida na Terra depende da água”, e também os, seres humanos.

“Todos precisamos da irmã água para viver”, disse o Papa na audiência realizada na véspera do Dia Mundial da Água.

Em Dakar, na capital do Senegal, começou hoje o IX Fórum Mundial da Água, e o Papa Francisco enviou a mensagem ‘Segurança da água para a paz e o desenvolvimento’, assinada pelo secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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