Representante da Santa Sé alertou em Bogotá para o drama de um povo cuja história é feita de «perseguição, desumanização e extermínio»
Cidade do Vaticano, 17 nov 2015 (Ecclesia) – A encíclica do Papa Francisco “Laudato si”, dedicada à ecologia, foi base para uma análise à situação dos índios da Amazónia, num encontro acolhido pela Conferência Episcopal Colombiana, em Bogotá.
Segundo a Rádio Vaticano, o representante do Conselho Pontifício Justiça e Paz presente no evento, padre Michael Czerny, sublinhou aos indígenas presentes que “não estão sozinhos” perante o drama que enfrentam no dia-a-dia, muitos deles espoliados das suas terras e alvos de discriminação e violência.
Perante esta “história de perseguição, desumanização e extermínio”, é tempo de “mostrar à comunidade internacional” que é possível “um futuro diferente”, apontou o sacerdote.
Durante a sessão, que reuniu os membros da Rede Eclesial Panamazónica, incluído várias congregações e organizações da Igreja Católica, foram também abordados remas como a ação humana no planeta, a relação com o ambiente e a proposta de ecologia integral proposta pelo Papa Francisco.
“O grande testemunho que o Papa nos tem dado é o da humanização”, sublinhou a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil.
Para a irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, quanto mais a sociedade respeitar os valores do ser humano, “criado por amor, no amor e para o amor”, mais o cuidado pela dignidade das pessoas e do ambiente será uma prioridade.
“Como o ser humano já não consegue relacionar-se bem consigo, com os outros e com Deus, ele destrói. Não valoriza a natureza, não valoriza o ser humano, não valoriza os alimentos, a vida… porque as relações em perda”, complementou.
JCP