Paolo Gabriele foi ouvido em Tribunal durante julgamento do caso de furto e divulgação de documentos confidenciais
Cidade do Vaticano, 02 out 2012 (Ecclesia) – O ex-mordomo de Bento XVI declarou-se hoje ‘inocente’ da acusação de furto agravado de documentos confidenciais do Papa, perante o Tribunal do Vaticano, e disse ter sido vitima de maus tratos durante a prisão preventiva.
Paolo Gabriele foi ouvido esta manhã, durante a segunda audiência do julgamento do caso conhecido como ‘vatileaks’ e mostrou-se arrependido por ter traído a “confiança” nele depositada pelo Papa, segundo o blogue especializado ‘Vatican Insider’, do jornal ‘La Stampa’.
O italiano, preso a 23 de maio, disse ter sido alvo de “pressões psicológicas” nos primeiros dias passado numa cela do Estado da Cidade do Vaticano, afirmando que não podia “abrir os braços” nesse espaço e que a luz foi mantida acesa “24 horas por dia”.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, reagiu a estas acusações afirmando que o espaço em causa “respeita os padrões internacionais exigidos por convenções a que o Vaticano adere”.
O sacerdote jesuíta alerta para a possibilidade de terem sido feitas “acusações que não são justas em relação às autoridades judiciárias”.
A atuação da polícia está agora sob investigação, por decisão do Tribunal que julga o caso.
Durante a audiência, Paolo Gabriele reafirmou ter agido por iniciativa própria e sem cúmplices, na convicção de estar a prestar um serviço ao Papa.
Entre as testemunhas do processo está o secretário particular de Bento XVI, monsenhor Georg Gaenswein, que hoje falou dos documentos que desapareceram ou foram fotocopiados sem autorização.
O processo penal inclui ainda como testemunhas os polícias Giuseppe Pesce, Costanzo Alessandrini, Luca Cintia, Stefano De Santis, Silvano Carli, Luca Bassetti, bem como a leiga consagrada Cristina Cernetti, uma das quatro mulheres responsáveis pelo apartamento do Papa.
OC
Notícia atualizada às 15h05