Vaticano: «Eliminação do racismo e da xenofobia têm de ser uma prioridade»

Representante da Santa Sé em Genebra diz que problemática pode agravar-se com a atual «crise migratória»

Cidade do Vaticano, 27 set 2017 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, e de outras organizações internacionais em Genebra, diz que “a eliminação do racismo e da xenofobia têm de ser uma prioridade” para governos e instituições mundiais.

Numa intervenção publicada hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, D. Ivan Jurkovic salientou que “num mundo onde a globalização deveria aproximar mais as pessoas, o que está a acontecer hoje é o ressurgimento de divisões, de forma acentuada”.

Uma “fragmentação social” que tem como sinais mais evidentes os “atos e palavras de racismo e xenofobia, de discriminação social e racial, de uma exploração política das diferenças”.

E que pode ganhar proporções “ainda mais” graves, no contexto da atual “crise migratória”, apontou o arcebispo esloveno.

“A ausência de uma verdadeira solidariedade pode levar ao ódio e à intolerância em qualquer sociedade, por mais avançada que seja”, alertou o representante da Santa Sé, que exortou em Genebra as instâncias internacionais a trabalharem no sentido da garantia do “respeito por todas as pessoas, da sua dignidade, identidade, história e tradições”.

“Um antídoto muito importante pode ser a educação, na descoberta, reconhecimento e aceitação das diferenças como uma riqueza, em vez de um obstáculo. A educação deve acompanhar a legislação na mudança das mentalidades e na formação das consciências”, sustentou D. Ivan Jurkovic.

O observador permanente da Santa Sé destacou ainda o papel da “família”, enquanto “célula básica da sociedade”, e das “escolas”, no que diz respeito à fomentação de uma sociedade mais “aberta” e “acolhedora do outro”.

Numa intervenção que partiu do debate à volta da discriminação contra as mulheres, não só com base na raça mas no género, o arcebispo católico frisou que “não é suficiente reconhecer a igualdade”.

“Tem de vir de dentro de uma sociedade humana equitativa em dignidade e direitos”, concluiu.

JCP

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