Vaticano: «É preciso falar de paz» e rejeitar a «retórica belicista», afirmou o Papa

Francisco recebeu participantes no primeiro encontro do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e o Congresso dos Líderes das Religiões Tradicionais e Mundiais

Foto Vatican News

Cidade do Vaticano, 04 abr 2024 (Ecclesia) – O Papa disse hoje aos participantes do primeiro encontro entre o Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e o Congresso dos Líderes das Religiões Tradicionais e Mundiais que a retórica belicista está “de novo na moda” e é necessário “falar de paz”.

“É preciso falar de paz, sonhar a paz, dar criatividade e concretude às expectativas de paz, que são as verdadeiras expectativas dos povos e das pessoas. Que sejam feitos todos os esforços nesse sentido, em diálogo com todos”, disse o Papa no seu discurso.

Francisco, que falava sobre a promoção da paz, lamentou que, hoje, “muitas vozes falam de guerra” e espalham “palavras de ódio” enquanto as pessoas morrem na “brutalidade dos conflitos”.

“A retórica belicista está, infelizmente, de novo na moda. Isto é mau! Mas enquanto se espalham palavras de ódio, há pessoas que morrem na brutalidade dos conflitos”.

Francisco desejou que este encontro entre o Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, da Santa Sé, e o Congresso dos Líderes das Religiões Tradicionais e Mundiais seja “um exemplo”, no respeito pela diversidade “e com a intenção de se enriquecerem mutuamente”, para não se ver “no outro uma ameaça, mas um presente e um interlocutor precioso para o crescimento recíproco”.

O Papa referiu-se à sua participação no VII Congresso dos Líderes das Religiões Tradicionais e Mundiais, no Cazaquistão, promovido pelo governo desse país para debater o papel das religiões no período pós-pandémico, em setembro de 2022, e, depois, receção do presidente do cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, a 19 de janeiro deste ano, no Vaticano.

“O Congresso é uma plataforma única e bem testada para o diálogo não apenas entre líderes religiosos, mas também com o mundo da política, da cultura e dos meios de comunicação social. É uma iniciativa meritória que corresponde bem à vocação do Cazaquistão de ser um país de encontro”, realçou.

Segundo Francisco, é necessário apoiarem-se no “cultivo da harmonia entre religiões, etnias e culturas”, uma harmonia da qual o Cazaquistão se “pode orgulhar”, e destacou três aspetos do ‘diálogo’ entre o Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e o Congresso dos Líderes das Religiões Tradicionais e Mundiais: O respeito pela diversidade; o compromisso com a ‘Casa Comum’ e a promoção da paz.

No Cazaquistão, exemplificou sobre o respeito pela diversidade, a paz e a harmonia social são promovidas pelo “tratamento justo e igualitário das diferentes componentes étnicas, incluindo religiosas e culturais”.

No âmbito do compromisso com a salvaguarda da criação, o Papa observou que os participantes do I Diálogo entre o dicastério da Santa Sé e o Congresso dos Líderes das Religiões Tradicionais e Mundiais tiveram presentes os seus documentos ‘Laudato Si’ e ‘Laudate Deum’, mas também o texto ‘Conceito de Desenvolvimento 2023-2033’, que oferece uma visão panorâmica do Congresso e de suas atividades na próxima década, com atenção especial às questões ambientais, solicitado pelo presidente do Cazaquistão.

“O respeito pela criação é uma consequência indispensável do amor pelo Criador, pelos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida no planeta e, especialmente, pelas gerações futuras, para as quais somos chamados a transmitir uma herança a ser salvaguardada, não uma dívida ecológica a ser paga”, desenvolveu Francisco, desejando que este encontro construa e seja uma “contribuição importante nesse sentido”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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