Vaticano: «Dúvida» sobre Deus e o ser humano tem levado à «tristeza interior», diz Bento XVI

Papa destacou ambiente de fé vivido em Madrid, durante a Jornada Mundial da Juventude, um dos eventos eclesiais mais marcantes de 2011

Cidade do Vaticano, 22 dez 2011 (Ecclesia) – Bento XVI alertou hoje no Vaticano para as consequências da “dúvida sobre Deus”, considerando que a mesma tem consequências “na falta de alegria, na tristeza interior que se pode ler em muitos rostos humanos”.

“Quando falta ao homem a perceção de ser acolhido por Deus, de ser amado por Ele, a pergunta sobre se existir como pessoa humana será verdadeiramente uma coisa boa deixa de encontrar qualquer resposta; torna-se cada vez mais insuperável a dúvida acerca da existência humana”, disse o Papa, no encontro para troca de votos natalícios com os membros da Cúria Romana e do governo da Cidade do Vaticano.

Passando em revista os acontecimentos eclesiais de 2011, Bento XVI destacou a experiência vivida por milhões de pessoas durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que decorrem em Madrid, em agosto, que classificou como “remédio contra o cansaço do crer”.

“A fé faz-nos felizes a partir de dentro. Esta é uma das maravilhosas experiências das Jornadas Mundiais da Juventude”, afirmou.

Para o Papa, a “certeza” da fé contrapõe-se à “dúvida sobre Deus”, que acaba “inevitavelmente” levar à dúvida sobre o “ser homem”.

“Só a fé me dá esta certeza: É bom que eu exista; é bom existir como pessoa humana, mesmo em tempos difíceis”, assinalou.

Falando na JMJ 2011 como uma “magnífica experiência” de “nova evangelização ao vivo”, Bento XVI descreveu “um modo novo e rejuvenescido de ser cristão”.

Essa mudança passa, segundo o Papa, por “uma nova experiência da catolicidade, da universalidade da Igreja” e por “um novo modo de viver o ser homem, o ser cristão” que implica a “generosidade de colocar-se à disposição dos outros”.

O discurso papal apontou ainda para um “elemento que vai, de forma cada vez mais natural e central, fazendo parte das Jornadas Mundiais da Juventude e da espiritualidade que delas deriva”, a adoração eucarística, momento que em Madrid foi ameaçado por um “temporal que ameaçava arruinar todo o encontro”.

Em conclusão, Bento XVI apresentou a “alegria” como outra característica da “espiritualidade das Jornadas Mundiais da Juventude”, destacando, nesse sentido, uma “certeza que deriva da fé”: “Eu sou desejado; tenho uma tarefa; sou aceite, sou amado”.

“Só se for aceite, é que o ‘eu’ se pode aceitar a si mesmo. Quem não é amado, também não se pode amar a si mesmo”, declarou.

OC

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