Igreja/Europa: «Crise da fé» é principal preocupação do Papa

Bento XVI contrapõe «ceticismo» do Velho Continente com «paixão pela fé» que testemunhou em África

Cidade do Vaticano, 22 dez 2011 (Ecclesia) – Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que o “cerne da crise da Igreja na Europa” é a “crise da fé”, contrapondo a situação no Velho Continente à “paixão pela fé” que testemunhou em África.

“Se não encontrarmos uma resposta para esta crise, ou seja, se a fé não ganhar de novo vitalidade, tornando-se um convicção profunda e uma força real graças ao encontro com Jesus Cristo, permanecerão ineficazes todas as outras reformas”, alertou o Papa, passando em revista a sua viagem à Alemanha, em setembro deste ano.

No tradicional encontro com os cardeais e outros membros da Cúria Romana e governo da Cidade do Vaticano, para a apresentação de votos natalícios, Bento XVI falou de “estagnação nas vocações ao sacerdócio” e do crescimento do “ceticismo e a descrença” na Europa.

“É com preocupação que fiéis crentes, e não só, notam como as pessoas que frequentam regularmente a Igreja se vão tornando sempre mais idosas e o seu número diminui continuamente”, referiu.

O Papa admitiu que “existem discussões sem fim a propósito do que se deve fazer para haver uma inversão de tendência”, mas alertou que “o fazer, por si só, não resolve o problema”.

Neste sentido, Bento XVI contrapôs à realidade europeia o “encontro com a jubilosa paixão pela fé, na África”, durante a sua viagem ao Benim, em novembro, que considerou como “um grande encorajamento”.

“Lá [África] não se sentia qualquer indício deste cansaço da fé, tão disseminado entre nós, não havia nada deste tédio de ser cristão que se constata cada vez mais de novo no meio de nós”, observou.

Para o Papa, “apesar de todos os problemas, de todos os sofrimentos e penas que existem”, em África é possível sentir “a alegria de ser cristão, o ser sustentado pela felicidade interior de conhecer Cristo e pertencer à sua Igreja”.

“E desta alegria nascem também as energias para servir Cristo nas situações opressivas de sofrimento humano, para se colocar à sua disposição em vez de acomodar-se no próprio bem-estar”, prosseguiu.

Bento XVI considera que “esta fé disposta ao sacrifício” sem deixar de ser “jubilosa” é um “grande remédio contra o cansaço de ser cristão” que se sente na Europa.

OC

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