Vaticano: Diplomatas que mentem comprometem a sua missão, avisa cardeal

«Como conciliar a verdade com a diplomacia, geralmente considerada sinónimo de astúcia?», questionou D. Jean-Louis Tauran

Roma, 27 jun 2012 (Ecclesia) – O cardeal que dirige o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, um dos organismos do Vaticano, afirmou esta terça-feira que os embaixadores que omitem a verdade fracassam quase sempre na concretização dos objetivos dos seus países.

“A minha experiência faz-me afirmar que um diplomata que mente raramente alcança a sua finalidade”, afirmou D. Jean-Louis Tauran durante um encontro realizado em Roma, na embaixada de Itália junto da Santa Sé, refere o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano.

O responsável francês frisou que a verdade “serve a causa da paz, contribui para abrandar as intransigências das pessoas, curar as feridas dos povos tratados injustamente e compreender as causas das situações”.

A intervenção do cardeal foi proferida durante o encontro “Diplomacia e Verdade” promovido no âmbito do ‘Átrio dos Gentios’, estrutura da Santa Sé para o diálogo entre crentes e não crentes promovida pelo Conselho Pontifício da Cultura.

“O binómio diplomacia-verdade é provocatório. Como conciliar a verdade com a diplomacia, geralmente considerada sinónimo de astúcia? Convém, antes de tudo, definir diplomacia. Deixemos de lado os clichés dos salões ou da chávena de chá”, propôs ao abrir a intervenção.

Os diplomatas, observou, devem testemunhar a fidelidade ao Governo que representam e também “à missão de justiça e paz em ato a nível mundial e na qual o seu país tem o dever de participar, dado que é membro da família das nações signatárias da Carta das Nações Unidas”.

“Deveria ser sempre evidente que a diplomacia está ao serviço da realização do homem e da harmonia da sociedade”, disse o cardeal, salientando que “o encontro, o diálogo e a fraternidade” obtêm-se com a opção pela verdade.

RJM

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top