Vaticano defende-se de críticas contra antigo prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos

Nota da Santa Sé considera este organismo gasta menos na sua gestão do que qualquer outra entidade internacional

O Vaticano saiu hoje em defesa do trabalho desenvolvido pela Congregação para a Evangelização dos Povos, responsável pelo mundo missionário, afirmando que os custos da sua gestão são menores do que os de qualquer outra organização internacional.

Em comunicado oficial divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé, alude-se indirectamente às investigações da justiça italiana sobre o Cardeal Sepe, antigo prefeito daquela Congregação, que Bento XVI nomeou Arcebispo de Nápoles em 2006.

Tanto o Cardeal como o Vaticano manifestaram inteira disponibilidade para esclarecer suspeitas de participação em negócios ilícitos com o ministro dos Transportes do anterior Governo de Berlusconi, Pietro Lunardi, que também está a ser investigado.

A Santa Sé sublinha que considerando “a relação existente entre a quantidade do pessoal” que trabalha na Congregação para a Evangelização dos Povos e os recursos distribuídos, pode “facilmente verificar-se que os custos de sua gestão são notavelmente menores do que os apresentados por qualquer outra organização internacional empenhada no campo da cooperação”.

“Além, disso – diz ainda o texto – são distribuídas, anualmente, somas de ajuda aos projectos em favor da construção de novas igrejas, instituições pastorais, obras de alfabetização, estruturas hospitalares e de saúde, em particular em favor da infância, além de estruturas de ensino, frequentemente em regiões que se encontram entre as mais pobres existentes na face da Terra”.

O Vaticano explica que “a Congregação para a Evangelização dos Povos obtém os seus próprios recursos, principalmente, da colecta realizada no Dia Mundial das Missões” e em segundo lugar, “dos rendimentos do seu próprio património financeiro e imobiliário”.

“A valorização de tal património – indica a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé – é, naturalmente, uma tarefa complexa, que requer empenho, e que se deve valer do aconselhamento de pessoas especializadas nos diversos campos profissionais e que – como todas as operações financeiras – pode se ver exposta também, a erros de avaliação e às flutuações do mercado internacional”.

Segundo o documento, nos últimos anos “tem aumentado a consciência da necessidade de melhorar a rentabilidade desse património e, com tal finalidade, instituíram-se estruturas e procedimentos voltados a garantir uma gestão profissional e em linha com os padrões mais avançados”.

A nota da Santa Sé defende a necessidade de “tutelar a boa fama” da Congregação para a Evangelização dos Povos, o órgão que tem a tarefa de “dirigir e coordenar, em todo o mundo, a obra de evangelização e a cooperação missionária”.

A Congregação dirige e mantém, em Roma, uma ampla série de estruturas e serviços de formação, o que “requer uma quantidade não indiferente de recursos financeiros”.

Este organismo oferece anualmente “um subsídio financeiro ordinário” a Igrejas mais pobres “que, em muitos casos, representa a principal ou uma das principais fontes de rendimento” para as mesmas.

Paralelamente, a Congregação envia, anualmente, subsídios para a formação do clero local.

“A Congregação mereceu e continua a merecer o apoio de todos os católicos e de todos aqueles que se preocupam com o bem do homem e seu desenvolvimento integral”, conclui a nota da Santa Sé.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top