Vaticano: «Beleza de Jesus não aliena os discípulos da realidade», diz o Papa

Francisco saúda comunidade ucraniana, rezando pelo fim da guerra

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 05 mar 2023 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a fé nunca se pode transformar em alienação da realidade, convidando os católicos a acompanhar com atenção quem os rodeia.

“A beleza de Jesus não aliena os discípulos da realidade da vida, mas lhes dá a força para segui-lo até Jerusalém, até à cruz”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, antes da oração do ângelus.

“A grande luz do Senhor ou a luz falsa, artificial, dos ídolos: o que prefiro?”, perguntou aos peregrinos e visitantes.

Francisco falava para milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

“Podemos perguntar-nos: sabemos reconhecer a luz do amor de Deus na nossa vida? Reconhecemo-la com alegria e gratidão no rosto das pessoas que nos amam? Procuramos à nossa volta os sinais dessa luz, que nos enche o coração e o abre ao amor e ao serviço? Ou preferimos os fogos de palha dos ídolos, que nos alienam e nos fecham em nós mesmos?”, questionou.

A reflexão partiu da passagem do Evangelho segundo São Mateus, lido nas celebrações dominicais, que relata a Transfiguração de Jesus perante três discípulos, Pedro, Tiago e João (cf. Mt 17,1-9).

“Irmãos e irmãs, este Evangelho traça um caminho também para nós: ensina-nos como é importante estar com Jesus, mesmo quando não é fácil entender tudo o que Ele diz e faz por nós”, assinalou o Papa.

Francisco sustentou que, em Jesus, se revela “a beleza luminosa do amor que se doa, mesmo quando carrega os sinais da cruz”.

“É na sua escola que aprendemos a perceber a mesma beleza nos rostos das pessoas que caminham todos os dias ao nosso lado: familiares, amigos, colegas, aqueles que cuidam de nós das mais variadas formas”, realçou.

Quantos rostos luminosos, quantos sorrisos, quantas rugas, quantas lágrimas e cicatrizes falam de amor à nossa volta”.

O Papa defendeu que a fé em Jesus deve levar a “obras concretas de amor” nas tarefas quotidianas, “amando, servindo e perdoando com mais ímpeto e disponibilidade”.

“Que Maria, que guardou no coração a luz de seu Filho, mesmo escuridão do Calvário, nos acompanhe sempre no caminho do amor”, concluiu.

Após a oração, Francisco recordou as vítimas do acidente ferroviário na Grécia, onde uma colisão entre um comboio de passageiros e um de carga na terça-feira à noite, fez dezenas de mortos e mais de uma centena de feridos.

“Muitos eram jovens estudantes. Rezo pelos defuntos, estou próximo do feridos e dos familiares: que Nossa Senhora os conforte”, referiu.

O Papa saudou ainda uma representação da comunidade ucraniana de Milão, que acolhe refugiados em fuga da guerra, rezando para que “o Senhor dê a paz ao martirizado povo ca Ucrânia”.

OC

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