Vaticano apresenta documento preparatório para o Sínodo do Médio Oriente

«Comunhão e testemunho» são os eixos do documento, que inclui um questionário aos Bispos da região

O Arcebispo Nikola Eterovic, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, apresentou esta Terça-feira os chamados “Lineamenta” da assembleia especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, que irá decorrer no Vaticano de 10 a 24 de Outubro.

Trata-se do primeiro esboço sobre o tema sinodal, centrado nos eixos “comunhão e testemunho”, que foi publicado em inglês, francês e árabe. Além de uma introdução, três capítulos e uma conclusão, o texto inclui um questionário de 32 perguntas.

A síntese das respostas formará o instrumento de trabalho que o Papa entregará a representantes das Igrejas Orientais na sua viagem ao Chipre, de 4 a 6 de Junho.

D. Nikola Eterovic começou por sublinhar o objectivo pastoral da assembleia, que visa “confirmar e reforçar os cristãos na sua identidade, mediante a Palavra de Deus e os Sacramentos” e “reavivar a comunhão eclesial entre as Igrejas particulares, para que possam oferecer um testemunho de autêntica vida cristã, jubilosa e atraente”.

O primeiro capítulo – “A Igreja Católica no Médio Oriente” – evoca brevemente a história das Igrejas do Oriente, que remontam à primeira Igreja cristã de Jerusalém e se difundiram na região mantendo a unidade essencial na pluralidade das expressões.

Para além da Igreja de rito latino, existem Igrejas Orientais Católicas de cinco Tradições diferentes: Alexandrina (Igreja Copta e Igreja Etíope), Antioquena (Igreja Siro-Malankar, Igreja Maronita e Igreja Síria); Arménia (Igreja Arménia); Caldeia ou Siro-oriental (Igreja Caldeia e Igreja Siro-Malabar); Bizantina ou Constantinopolitana (nomeadamente a Igreja Greco-Melquita).

Muitas foram as dificuldades enfrentadas por estas Igrejas ao longo dos dois mil anos de existência. Os “Lineamenta” recordam alguns dos desafios actuais: conflitos políticos na região (Israel – Palestina, Iraque, Líbano); graves limitações, para as pessoas e comunidades, ao exercício da liberdade de religião e de consciência.

O segundo capítulo – “A comunhão eclesial” – de índole mais teológica, começa por sublinhar a natureza da comunhão da Igreja, assente no mistério da Santíssima Trindade, para referir a questão da comunhão no interior da Igreja Católica – entre as várias Igrejas Orientais Católicas, que deveriam tornar-se cada vez mais uma riqueza para todos os cristãos do Médio Oriente.

Finalmente, a terceira parte – “O testemunho cristão” – é o capítulo mais longo. Nele se aborda o testemunho dos católicos já no interior da própria Igreja, mas também fora.

O diálogo com o mundo hebraico é a peculiaridade das Igrejas de Jerusalém (seis católicas e cinco ortodoxas, mais duas comunidades eclesiais protestantes).

Na Conclusão, os “Lineamenta” apresentam as razões – tanto de ordem política como da fé – que fazem com que seja essencial que os cristãos permaneçam no Médio Oriente, continuando a oferecer aí o seu contributo específico para a construção de uma sociedade justa, pacífica e próspera.

(Com Rádio Vaticano)

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