Responsáveis da Santa Sé esperam «reconciliação plena» após décadas de separação
Cidade do Vaticano, 14 set 2011 (Ecclesia) – Os líderes da Fraternidade São Pio X (FSPX), fundada pelo falecido arcebispo Lefèbvre, estiveram hoje reunidos no Vaticano com os responsáveis da Congregação para a Doutrina da Fé, da Santa Sé, para debaterem um entendimento conjunto.
“A Congregação para a Doutrina da Fé toma como base fundamental para a plena reconciliação com a Sé apostólica a aceitação do preâmbulo doutrinal que foi entregue [à FSPX]” esta manhã, revela um comunicado da Santa Sé.
Nesse documento, diz o Vaticano, enunciam-se “certos princípios doutrinais e critérios de interpretação da doutrina católica necessários para garantir a fidelidade ao magistério da Igreja”.
Em março de 2009, Bento XVI enviou uma carta aos bispos de todo o mundo, para explicar para explicar a remissão das excomunhões de quatro bispos da Fraternidade São Pio X que tinham sido ordenados pelo arcebispo Lefèbvre, sem mandato pontifício, no ano de 1988.
Na altura, o Papa escreveu que “enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja (…) enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros (…) não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja”.
Os problemas que estão em cima da mesa dizem respeito, sobretudo, à aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério pós-conciliar dos Papas, como explicava o próprio Bento XVI.
Na nota de hoje, a Santa Sé deixa “abertos a uma legítima discussão o estudo e a explicação teológica de expressões ou de formulações particulares presentes nos textos do Concílio Vaticano II e do magistério que se seguiu”.
Esta manhã, indica a sala de imprensa da Santa Sé, “foram propostos alguns elementos, tendo em vista uma solução canónica para a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que se seguiria à eventual e esperada reconciliação”.
Por vontade de Bento XVI, uma comissão mista de estudos reuniu-se por oito vezes desde outubro de 2009 a abril deste ano, para “clarificar as respetivas posições e as suas motivações”.
OC