União das Misericórdias Portuguesas reelegeu presidente

Envelhecimento da população e apoio aos deficientes são as preocupações do novo mandato

Manuel Lemos foi reeleito presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP). A votação, que decorreu neste Sábado, foi um dos pontos da agenda da assembleia-geral que se realiza em Fátima. A lista vencedora foi a única que se apresentou aos órgãos sociais.

As prioridades do novo mandato centram-se nas respostas sociais ao envelhecimento da população e à deficiência profunda.

“Portugal é um dos países que envelhece mais depressa na Europa” e esse fenómeno “tem hoje novas formas de resposta”, disse Manuel Lemos.

O presidente da UMP indicou que esta realidade exige uma resposta social “pura e dura”, que passa pelo atendimento às particularidades daquela faixa etária.

“Muitas destas pessoas têm problemas específicos”, declarou o responsável, esclarecendo que as Misericórdias acolhem, na valência de lar, 50 mil idosos.

Novos centros de apoio aos deficientes

Manuel Lemos anunciou que a UMP prevê iniciar no próximo ano, em Fátima, junto ao actual Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, a construção de uma unidade de cuidados continuados especialmente vocacionada para as demências, sobretudo a doença de Alzheimer.

“Gostaríamos de ter aqui uma unidade de excelência no tratamento da doença de Alzheimer”, assegurou. O projecto, orçado em três milhões de euros, terá capacidade para acolher 45 utentes.

Manuel Lemos referiu igualmente que será “muito importante” a construção, em Borba, do terceiro centro do país de deficientes profundos da UMP, depois de Fátima e Viseu.

A obra, que também tem início previsto para 2010, prevê um investimento de quatro milhões de euros. O complexo poderá tratar 76 pessoas.

Equilíbrio financeiro

À Agência Lusa, o presidente da UMP afirmou estar “muito preocupado” com a sustentabilidade das Misericórdias.

“A comparticipação estatal anda na ordem dos 35 por cento, números macros”, referiu. Para completar a restante verba, as Misericórdias recorrem às reformas dos utentes, às suas famílias e a receitas próprias, mas neste momento “as famílias estão com dificuldades em comparticipar”, explicou Manuel Lemos.

Nesse sentido, admitiu ser necessário conversar com os poderes públicos para saber “até onde é que é possível o Estado também assumir a sua responsabilidade e aumentar a sua comparticipação”.

O responsável defendeu a importância de as próprias Misericórdias – 398 no país – serem capazes de, “pela via da economia social, obter mais receitas em todas as áreas possíveis e imaginárias”.

O presidente da UMP manifestou também o desejo de que o Governo e os partidos da oposição reconheçam o “sector social como ele deve ser reconhecido”.

A nova presidente da Mesa da Assembleia-Geral é Maria de Belém Roseira, que substitui o Pe. Vítor Melícias.

José Manuel Correia (provedor de Portimão) lidera o Conselho Fiscal e Fernando Cardoso Ferreira (provedor de Setúbal) encabeça a mesa do Conselho Nacional.

Com Lusa

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