Diocese de Macau está na vanguarda das relações entre o Vaticano e a China

Bispo diocesano não faz distinções entre padres da Igreja fiel ao Vaticano e da Igreja Patriótica

O bispo de Macau, D. José Lai, afirmou que a diocese “está na vanguarda das relações” do Vaticano com a China e que, à semelhança de Hong Kong e Taiwan, “pode ser uma ponte entre a Igreja chinesa e a Igreja universal”.

Quase 100 padres chineses, da Igreja Patriótica, pró-Pequim, e da Igreja reconhecida pelo Vaticano já passaram por Macau em encontros de formação e de retiro espiritual, tornando a diocese incontornável nas relações entre a Santa Sé e a China.

O bispo diocesano não distingue os presbíteros segundo a Igreja de origem, seja ela fiel à China ou à Santa Sé: “Para nós, são sacerdotes católicos”, afirmou.

Investimento na formação

As acções de formação, iniciadas há três anos, dirigem-se a padres do norte da China. Mas no próximo Verão a diocese espera receber sacerdotes da província vizinha de Guangdong, disse à Lusa o bispo de Macau.

O governo provincial tem que autorizar a deslocação dos religiosos, situação que não preocupa o prelado, que diz já ter falado com responsáveis pela grande província do sul da China.

“Falei com alguns dirigentes de Guangdong sobre esta nossa intenção e eles também concordam”, garantiu.

“Já estamos a fazer contactos com dioceses da China, para seminários de uma ou duas semanas (em Macau) dirigidos aos sacerdotes chineses”, disse o prelado.

A estratégia de formação da diocese assenta na Universidade de São José, que até 1 de Dezembro tinha o nome de Instituto Inter-Universitário de Macau.

Número de padres portugueses está a diminuir

“Após 1999, muitos [sacerdotes] diocesanos, por idade ou por doença, regressaram a Portugal” mas manteve-se no território grande parte dos padres religiosos, de ordens como a dos jesuítas, combonianos e paulistas, disse o bispo de Macau.

Actualmente há uma missa semanal celebrada em português na Sé e nas igrejas da Taipa, São Lázaro e Santo António.

“Não há muitos fiéis portugueses metropolitanos mas, em contrapartida, temos mais brasileiros, assim como filipinos, indonésios, vietnamitas e coreanos”, observou D. José Lai.

Com Lusa

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