Uma viagem com Madre Teresa

Uma viagem ao longo da vida e obra de Madre Teresa de Calcutá, a “santa das sarjetas”, é a proposta da obra “O Sorriso da Caridade”, da autoria do jornalista português Luís Filipe Santos. A obra, editada pela Paulus, foi lançada esta Quarta-feira na sede da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. D. Januário Torgal Ferreira falou do livro como “um texto que se atravessa numa peregrinação interior”, desafiando à transformação “de cada baptizado e da sociedade”. Do livro, “rigoroso na documentação e de prosa transparente e enxuta”, destacou a capacidade de se centrar no “chamamento de Deus” para o serviço “daqueles que já não choram porque se lhes esgotaram as lágrimas”. O Bispo das Forças Armadas e de Segurança deixou, como questão, se “os desmunidos do mundo são hoje os primeiros” na acção eclesial e da sociedade civil. Este é, para o prelado, “o principal problema para o país e a Igreja”. Neste contexto, lamentou a edificação de “obras majestosas como aquelas que, mesmo em âmbito eclesial, existem hoje na nossa terra”. Citando a Beata Teresa de Calcutá, reste responsável disse que “o pobre é um sacrário”, que merece um “afecto especial”. “Se o mundo avançar sem solidariedade”, alertou, “estaríamos na presença de um retrocesso”. D. Januário Torgal Ferreira abordou a mediática questão da “noite escura”, indicando que “as horas de secura são próprias de uma caminhada de fé”. Hoje, uma década depois da sua morte, sente-se o “espírito missionário” dos seguidores da Beata de Calcutá. “O seu maior carisma é que Teresa provocou uma globalização evangelizadora”, apontou. “Ela é mestra e senhora de uma Igreja que deveria insistir muito nas propostas do Evangelho” que abordam o serviço à justiça, com vontade de criar “uma nova ordem mundial”. “Os pobres não têm o primeiro lugar efectivo nas escolhas da Igreja no diálogo com o mundo”, lamentou. Já Luís Filipe Santos, jornalista da Agência ECCLESIA, agradeceu a todos os que o acompanharam ao longo da elaboração do livro e confessou que “Madre Teresa me ajudou a compreender o século XX”.

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