Uma ponte nacional entre instituições e voluntários

No Dia Internacional do Voluntariado é lançado no Algarve o portal solidus.pt, para optimizar recursos A partir de uma necessidade dos jovens do CNE – Corpo Nacional de Escutas, do agrupamento de Faro, São Luís, que há um ano atrás, no desejo de fazer voluntariado, encontraram algumas dificuldades – a quem se dirigir, com quem falar, o onde fazer, em que áreas e em que instituições, surge o solidus.pt Face à dificuldade, pretende-se criar um recurso central onde todos – voluntários e instituições – possam recorrer, sabendo que encontram toda a informação necessária, de forma eficaz. “Criar uma cultura de voluntariado, sustentada pela solidariedade”, aponta à Agência ECCLESIA, José António Cruz, coordenador do projecto solidus.pt. Para isso “queremos fazer a ponte entre as instituições e as pessoas que querem oferecer os seus préstimos”, adianta. www.solidus.pt é uma ferramenta de um projecto com um ano de caminho. O mercado interactivo vem possibilitar “chegar a mais pessoas”. O objectivo cimeiro é “ajudar as pessoas”, objectivo que possibilita depois, a “criação de uma rede humana, optimizada pelo site”. Um amplo trabalho em rede é o trampolim para o sucesso deste projecto. “As redes vão gerar registo de instituições, anúncios de voluntários, pedidos de ajuda”, que facilitem um contacto entre as partes de forma “rápida, eficaz e efectiva”. As pontes criadas são para ser alimentadas, pois de nada vale estar inscrito e não receber qualquer contacto. José António Cruz garante interactividade e dinamismo. De âmbito diocesano, mais localizado em Faro, este ambicioso projecto quer estender-se a todas as dioceses. Tem já, para isso, coordenadores regionais responsáveis a trabalhar que irão estabelecer as suas equipas de trabalho com vista ao desenvolvimento do projecto nos seus distritos e dioceses. Este é um projecto que junta forças de vários quadrantes: civis, políticos, religiosos, onde a solidariedade e o voluntariado é transversal. Parcerias que procuram o “desenvolvimento sustentável do projecto”. Esta é também uma mais valia para as instituições, pois não investem tempo e recursos numa ferramenta que já existe. A Associação Académica do Algarve, a AMAL – Área Metropolitana do Algarve, o Banco Alimentar do Algarve, Globalgarve – Agência de Desenvolvimento Regional do Algarve são algumas das instituições que já se associaram a este projecto. Em vista está também uma parceria com o Ministério de Educação para “envolver os jovens estudantes nesta cultura que queremos criar”. D. Manuel Quintas, presente no lançamento do portal, recorda que a Conferência Episcopal Portuguesa publicou uma nota pastoral em 2001 – “Voluntariado: porta aberta para a humanização da sociedade” – onde exortava à criação de redes locais para uma distribuição de pessoas. Esta iniciativa “responde a este desejo e não apenas a nível local”, adverte à Agência ECCLESIA. Criar condições de oferta e de procura é uma mais valia que o Bispo do Algarve saúda, não só pelo facto de ter sido criado na sua diocese, mas também porque surgiu pelas mãos do CNE, indo de encontro do ideal do escutismo – alerta para servir. O voluntariado, dentro de uma regulação, “é uma força escondida”. D. Manuel Quintas acredita que dando espaço às pessoas para prestarem um serviço, às vezes dentro da sua especialização, “ganha uma força impressionante”, apesar de afirmar, não ter sido bem aproveitada. A criação desta rede vai ajudar a aproveitar melhor o voluntariado social, pois vai ao encontro dessa riqueza, contribuindo assim para criar uma cultura de solidariedade. A conjugação de esforços de vários quadrantes sociais confere uma maior riqueza. Independentemente das origens “encontramo-nos num objectivo comum que é o serviço gratuito”, finaliza o Bispo do Algarve.

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