UE: Cáritas pede «compromisso» geral contra a pobreza que atinge crianças e famílias

Organismo católico destaca a importância da aprovação do próximo quadro comunitário de apoio

Bruxelas, 20 nov 2018 (Ecclesia) – A Cáritas Europa apelou ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia para que “assegure a continuidade do financiamento a projetos de apoio a famílias e crianças carenciadas”, que depende da aprovação do próximo Quadro Financeiro Plurianual.

Numa nota inserida no próximo Dia Internacional dos Direitos das Crianças, que se assinala hoje, o organismo católico salienta que “cabe à União Europeia mostrar o seu compromisso na luta contra a precariedade social das crianças e das famílias”.

Para isso “é preciso investir nas crianças”, frisa a Cáritas Europa, que realça que “o futuro das crianças na Europa estará em risco se os líderes europeus não aprovarem o próximo plano de financiamento”.

O secretário-geral da Cáritas Europa sublinha a importância deste acordo ser firmado “antes das eleições europeias de maio de 2019”, e de colocarem esta questão “no topo das prioridades”.

“Todas as crianças merecem uma oportunidade igual de vida e famílias fortes criam sociedades fortes”, aponta Jorge Nuño Mayer.

No referido comunicado, a Cáritas Europa deixa o testemunho de Maja, uma menina eslovena de 9 anos, que vive com os pais, dois irmãos, duas irmãs e os avós num apartamento com dois quartos.

“Não tenho um quarto para mim. Durmo com os meus pais e irmãos num quarto, e os meus avós dormem na cozinha. Não temos paz, porque os conflitos são constantes. Os meus irmãos mais pequenos muitas vezes riscam os meus livros ou arrancam-lhes as páginas. É difícil para mim estudar nesta situação”, conta Maja.

A Cáritas Europa realça que “as crianças que vivem em ambientes mais desfavorecidos estão mais propensas a situações de pobreza na idade adulta”.

O organismo católico recorda ainda que “a crise económica de 2008”, e a consequente aplicação de “medidas de austeridade”, limitaram a capacidade de intervenção social dos Estados.

Se o contexto, e sobretudo a “visão” política desta questão não se alterar, o futuro será ainda mais difícil para os mais carenciados, sustenta a Cáritas Europa, que considera essencial “quebrar com este ciclo de desvantagem” em que vivem muitas populações carenciadas, e neste caso, o ciclo de pobreza que atinge as gerações mais novas.

JCP

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Agência ECCLESIA

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