Ucrânia: «Tantas ruínas, tantas lágrimas, tanto sangue», lamentou o bispo de Odessa sobre os efeitos da guerra

D. Stanislav Schyrokoradiuk afirmou que os ucranianos são «vítimas da guerra» e o povo russo «é vítima da propaganda»

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 06 abr 2022 (Ecclesia) – O bispo latino de Odessa, na Ucrânia, lamentou “tantas ruínas, tantas lágrimas, tanto sangue” por causa da guerra com a Rússia, alertando para as consequências dos bombardeamentos, e que têm de lutar pela sua independência.

“Este é o caminho que escolhemos e que queremos seguir, mesmo que seja para todos nós um caminho da Cruz”, disse D. Stanislav Schyrokoradiuk à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, o bispo latino de Odessa referiu que os dois povos são as vítimas deste conflito armado, “os ucranianos são vítimas da guerra e o povo russo é vítima da propaganda”.

“Espero que tenham os olhos abertos para que a paz possa acontecer”, acrescentou.

A guerra começou com a invasão armada da Rússia à Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, e neste primeiro mês de confrontos, o bispo alerta para as centenas de crianças que foram mortas ou ficaram gravemente feridas: “Crianças perderam mãos ou pés nos bombardeamentos. É terrível”.

“Tantas ruínas, tantas lágrimas, tanto sangue no nosso país”, lamentou D. Stanislav Schyrokoradiuk.

O responsável católico descreveu destruição e violência, onde as sirenes que sinalizam novos ataques, novos bombardeamentos, tocam todos os dias, no encontro online que teve com diretores de secretariados nacionais da fundação pontifícia, onde também participou a diretora da AIS em Portugal, Catarina Martins de Bettencourt.

As estruturas da Igreja também são atingidas, como na noite de 28 para 29 de março, quando um edifício de uma paróquia foi destruído, em Mykolaiv.

“No entanto, muitas pessoas querem ficar, e essa é a minha grande preocupação”, acrescentou o bispo, indicando que também os sacerdotes vão no apoio às pessoas, mesmo em zonas de conflito aberto.

“Os padres vão de aldeia em aldeia levando às populações ajuda de emergência. Eles estão muito empenhados neste seu trabalho, embora seja muito perigoso”, assegurou o responsável católico, indicando que a Diocese de Odessa-Simferópol tem procurado organizar o transporte de bens essenciais, nomeadamente comida e medicamentos, desde Lviv, na Ucrânia ocidental.

Na região de Odessa vivem pessoas de 120 nacionalidades diferentes e tem sido possível assegurarem a distribuição dos bens a todas as pessoas: “Ajudamos todos sem olhar à religião”.

Desde o início da guerra, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre disponibilizou um apoio de emergência para a Igreja ucraniana no valor de 1,3 milhões de euros, e já assumiu o compromisso de financiar novos veículos para a diocese, para permitir uma maior distribuição da ajuda pelas populações locais.

“A vossa solidariedade comove-nos profundamente”, afirmou D. Stanislav Schyrokoradiuk, divulga a AIS.

CB/OC

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