Ucrânia: Papa recorda «tragédia humanitária» e vítimas dos bombardeamentos

Francisco pede oração pela paz e solidariedade com quem sofre

Foto: Lusa/EPA

Rabat, Malta, 03 abr 2022 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à oração e à solidariedade, perante a “tragédia humanitária” na Ucrânia, falando a milhares de pessoas que participaram na Missa a que presidiu em Floriana, ilha de Malta.

“Rezemos agora pela paz, pensando na tragédia humanitária da martirizada Ucrânia, ainda sob os bombardeamentos desta guerra sacrílega. Não nos cansemos de rezar e ajudar quem sofre”, disse, na recitação do ângelus, que encerrou a Eucaristia desta manhã.

Durante a Missa, os participantes rezaram “pelas vítimas da violência e da guerra”, pedindo que as suas lágrimas e o seu sangue abram “uma era de fraternidade e de paz”.

Em Bucha, nos arredores de Kiev, quase 300 pessoas foram enterradas em valas comuns; a cidade, retomada pelas forças ucranianas, tem vários corpos com as mãos amarradas, alegadamente executados pelos militares russos.

Este sábado, no avião que o levou até Malta, o Papa disse que uma eventual viagem a Kiev é “uma proposta em análise”, segundo os media do Vaticano.

Já no primeiro discurso desta viagem de dois dias, ao território maltês, Francisco evocou as “trevas da guerra” que ameaçam a Europa, alertando para uma possível “Guerra Fria alargada”.

“Mais uma vez, um poderoso qualquer, tristemente fechado em anacrónicas reivindicações de interesses nacionalistas, provoca e fomenta conflitos”, afirmou, numa crítica indireta à Rússia.

O Papa alertou também para o agravamento da emergência migratória, com os refugiados da “martirizada Ucrânia”, pedindo “respostas amplas e partilhadas”.

O presidente da Ucrânia conversou telefonicamente com Francisco, a 22 de março, sobre a “difícil situação humanitária” no país, tendo manifestado o desejo de receber a sua visita.

Duas semanas antes, o autarca de Kiev, Vitaliy Klitschko convidava o Papa a visitar Kiev, argumentando que a presença de Francisco seria “fundamental para salvar vidas” e solidificar o “caminho para a paz”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2017, entre os quais 168 menores, segundo dados provisórios da ONU.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos, além de elevados danos materiais em várias cidades ucranianas.

OC

Malta: Papa evoca crise no leste da Europa e alerta para possível «Guerra Fria alargada»

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