Cardeal Konrad Krajewski, que passa o segundo Natal numa Ucrânia em guerra, testemunha uma «Igreja unida»
Cidade do Vaticano, 26 dez 2024 (Ecclesia) – O enviado do Papa Francisco à Ucrânia, responsável pelo Dicastério para o Serviço da Caridade – Esmolaria Apostólica, que levou uma caravana médica e geradores, testemunhou uma “Igreja unida”, num relato após o ataque russo no dia de Natal.
“Como foi bonito ver a Igreja unida, finalmente a Igreja unida. Talvez este seja um sinal forte também para nós, para todos nós: rezar juntos, rezar juntos, estar unidos como Cristo sempre quis. Quando estamos unidos somos muito fortes e isto foi visto precisamente em Kharkiv: a Igreja unida”, disse cardeal Konrad Krajewski, esta quarta-feira, 25 de dezembro, dia de Natal, citado pelo sítio online ‘Vatican News’.
O portal de notícia do Vaticano contextualiza que nesta dia de Natal 2024, a Rússia, segundo o Ministério da Defesa de Moscovo, atacou a Ucrânia com “armas de longo alcance e alta precisão e veículos aéreos não tripulados”, tendo como principal-alvo a infraestrutura energética do país de leste, em particular a cidade de Kharkiv, no nordeste, e Kherson também foi atingida:
“Faltam-me as palavras. Esta manhã, às seis horas, no dia de Natal, Kharkiv foi bombardeada e três quartos dos habitantes – numa população de um milhão de pessoas – estão sem eletricidade. Eles bombardearam a área onde estão localizadas as estruturas de energia. Há feridos”, relatou o cardeal polaco aos meios de comunicação do Vaticano.
O enviado do Papa Francisco à Ucrânia explicou que saiu de Kharkiv “às 22h45, 15 minutos antes do toque de recolher num comboio um pouco encoberto, para não deixar passar a luz, com todas as janelas fechadas”.
O cardeal Konrad Krajewski recebeu a notícia do ataque russo durante a viagem, e lembrou que “há poucas horas” estava na cidade de Kharkiv onde rezou “com as pessoas”.
“Sinto muito”, acrescentou o prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade, organismo da Santa Sé, que está na Ucrânia, enviado pelo Papa, pela nova vez, a segunda neste tempo de Natal, depois de 2022.
Esta quinta-feira, a Igreja Católica celebra a festa litúrgica de Santo Estêvão, primeiro mártir da Igreja, e Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, reforçou o apelo à paz, presente também na sua mensagem de Natal, proferida antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade [de Roma] e ao mundo).
“Rezemos pela paz em todo o mundo, pela paz na Ucrânia atormentada, em Gaza, em Israel, em Myanmar, no Kivu do Norte (RDC) e em tantos países que estão em guerra”, disse o Papa, neste dia 26 de dezembro.
Antes desta viagem, o Papa Francisco abençoou a caravana médica, na companhia do cardeal Konrad Krajewski, no Vaticano.
O Dicastério para o Serviço da Caridade – Esmolaria Apostólica, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA há uma semana, no dia 19 de dezembro, informou que o esmoler pontifício, o cardeal Konrad Krajewski, ia regressar à Ucrânia neste Natal ao encontro de “diversas comunidades para encontrar pessoas que sofrem”, e levou uma caravana médica, “um pequeno hospital móvel, seis ecógrafos”, e geradores.
“As pessoas também agradeceram pelos geradores doados pelo Santo Padre e pelos fiéis de Roma. São muito úteis: as temperaturas estão abaixo de zero e os geradores são muito úteis para salvar vidas e poder viver em casas”, salientou o esmoler pontifício, nas declarações no dia de Natal 2024.
CB