Vaticano: Papa assume «preocupação» com situação em Moçambique

Francisco reforça apelo a cessar-fogo global e condena «crueldade» em Gaza

Foto Lusa

Cidade do Vaticano, 22 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa manifestou hoje a sua “preocupação” com a situação em Moçambique, manifestando solidariedade à população do país lusófono.

“Acompanho sempre com atenção e preocupação as notícias que chegam de Moçambique e desejo renovar a esse querido povo a minha mensagem de esperança, paz e reconciliação”, indicou, após a recitação do ângelus, a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta, devido a sintomas gripais.

O Conselho Constitucional de Moçambique vai anunciar esta segunda-feira a decisão sobre os resultados das eleições de 9 de outubro, que incluíram votações para as presidenciais, legislativas e para assembleias e governadores provinciais; a oposição promoveu vários protestos, por considerar que o processo foi irregular.

“Rezo para que o diálogo e a busca do bem comum, sustentados pela fé e pela boa vontade, prevaleçam sobre a desconfiança e a discórdia”, apelou o Papa, desde o Vaticano.

Os bispos de Moçambique escreveram uma mensagem de Natal onde pedem que independentemente dos resultados a anunciar neste dia 23, se abra espaço para o “diálogo honesto” sem enveredar pela tentação da “repressão ou violência”.

“Não cedamos à tentação de enveredar pelo caminho da imposição e da repressão ou da violência e da destruição, pois a imposição e repressão levariam a uma convivência forçada e derrotada, à violência e à destruição, a um país polarizado e empobrecido”, refere D. Inácio Saure, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, no texto enviado à Agência ECCLESIA.

Ainda este domingo, o Papa recordou a “martirizada Ucrânia”, atingida por “ataques a cidades, por vezes destruindo escolas, hospitais e igrejas”.

“Com mágoa, penso em Gaza, em tanta crueldade, nas crianças massacradas, no bombardeamento de escolas e hospitais. Tanta crueldade”, acrescentou.

Francisco renovou votos de que se “silenciem as armas” e o Natal se faça ouvir.

“Esperemos que no Natal cessem os disparos em todas as frentes de guerra: a Terra Santa, a Ucrânia, todo o Médio Oriente, o mundo inteiro”, apelou.

LS/OC

Moçambique: Bispos pedem que resultados abram caminho de «diálogo honesto» sem «repressão ou violência»

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