Ucrânia: Arcebispo-mor de Kiev partilha dor de ver idosos a pedir «pão», e apela à solidariedade dos «poderosos do mundo»

D. Sviatoslav Shevchuk destaca que a «Igreja está com o seu povo», e os sacerdotes continuam nos «territórios ocupados»

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 16 mar 2022 (Ecclesia) – O arcebispo-mor de Kiev afirmou que “é doloroso” ver os idosos irem “buscar um pedaço de pão”, todos os dias, às paróquias da Igreja Greco-Católica Ucraniana, e assinala que rezam “por todos aqueles que tentam ajudar a Ucrânia”.

“Como é difícil ver as lágrimas dos idosos hoje. Aqueles que hoje são talvez os mais vulneráveis entre nós. Desejo especialmente encorajar todos a pensar, a servir e a rezar por esses idosos abandonados na Ucrânia, porque só quem sabe respeitar a velhice pode se tornar sábio”, escreveu D. Sviatoslav Shevchuk, numa mensagem publicada esta terça-feira, 15 de março, o 20.º dia da “terrível guerra na Ucrânia”.

O arcebispo-mor de Kiev fala sobre quantos estão abandonados hoje, “sozinhos com sua solidão, em apartamentos frios”, idosos que são os que estão mais expostos às “bombas russas”.

Na mensagem divulgada pelo portal ‘Vatican News’, D. Sviatoslav Shevchuk observa que quem souber respeitar os mais velhos “terá a força necessária para se levantar nesta luta pela verdade”.

O líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana afirma que as suas paróquias tornaram-se “centros de ajuda social”, onde muitas pessoas podem receber proteção e meios de subsistência, e realça que veem como a Igreja “serve ao seu povo” e está com o seu povo.

“Os nossos sacerdotes permanecem nos territórios ocupados, nas cidades sitiadas, sofrem junto com nosso povo, sofrem com seu sofrimento, choram com eles e rezam junto com o povo”, acrescenta.

A Rússia iniciou uma guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro, que provocou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e a fuga de 4,5 milhões de pessoas, com mais de 2,5 milhões de refugiados nos países vizinhos, segundo dados das Nações Unidas.

“Hoje rezamos por todos aqueles que tentam ajudar a Ucrânia, que se solidarizam connosco, que sentem nossa dor como sua. Hoje rezamos por aqueles que buscam uma solução para acabar com esta guerra”, refere D. Sviatoslav Shevchuk.

O arcebispo-mor de Kiev explica que neste país do leste da Europa não estão apenas à procura de uma oportunidade de se defenderem militarmente, “mas também de fazer todo o possível para que essa guerra termine logo”, por isso, apela aos “poderosos do mundo” que “não sejam meros espetadores da dor e do sofrimento da Ucrânia”:

“Não se limitem a assistir pela televisão como nos matam! Façam alguma coisa! Façamos todo o possível para parar esta guerra que se converteu em ferida de toda a humanidade”, acrescenta.

Na mensagem divulgada pelo Vaticano, no “20º dia desta terrível guerra”, o líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana afirma que o país “acredita em Deus, acredita em sua verdade”: “Deus está do lado daqueles que são vítimas de agressões injustas.”

O responsável religioso encoraja também “a rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria todos os dias”, pelo menos uma vez”, “pelas vítimas da guerra”, pela paz, “pela paz na Ucrânia”.

CB/OC

 

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