Turismo Religioso: Procura cai para metade

«Muitos párocos pensam duas vezes antes de proporem este tipo de atividades nas suas paróquias», admite responsável de agência de viagens

Lisboa, 29 ago 2011 (Ecclesia) – As agências portuguesas especializadas em turismo religioso estão a apostar em pacotes de viagem cada vez mais curtos e com destinos mais próximos, para responderem à quebra que se verifica no setor, motivada pela crise.

As dificuldades económicas têm feito com que “muitos párocos pensem duas vezes antes de proporem este tipo de atividades nas suas paróquias”, disse hoje à Agência ECCLESIA uma das responsáveis da agência de viagens Peregrino.

Por outro lado, explica Constança Andrade, “muitas das pessoas que vão nestas iniciativas são reformadas que agora precisam do dinheiro para ajudar os filhos que estão desempregados”.

A perda de vários grupos, “por não haver gente suficiente”, refletiu-se este ano numa “descida de 60 por cento” no número de pessoas movimentadas por aquela operadora, em comparação com 2010.

Independentemente do destino se chamar Terra Santa, Itália, França, Espanha ou Turquia – cabeças de cartaz para 2011 – este “abaixamento faz-se sentir em todos”, acrescenta Isaac Assor.

O diretor da agência Alegretur fala em quebras de “50 por cento”, tomando como ponto de referência a Terra Santa, principal oferta da sua empresa.

Para combaterem esta “tendência”, as operadoras nacionais especializadas em turismo religioso estão a tentar “negociar melhores preços com os fornecedores estrangeiros”, ao mesmo tempo que procuram “ir ao encontro das possibilidades das pessoas”.

Segundo Isaac Assor, se antes pacotes como “uma semana em Itália”, para visitar Roma e o Vaticano, estavam no topo das escolhas, “hoje os peregrinos portugueses ficam-se muitas vezes por três ou quatro dias em Espanha, para ver Santiago, Covadonga e Ávila”.

Olhando apenas para a diferença de custo entre estes dois destinos, ela pode ir até mais de mil euros, uma quantia decisiva numa altura em que poupar está no topo das prioridades.

No caso da operadora “Peregrino”, a solução passa por “ir para fora cá dentro”, já que esta empresa acaba de lançar no mercado o projeto “Caminho do Sagrado Coração de Jesus”, sob a orientação do Santuário de Cristo-Rei, em Lisboa.

Constança Andrade explica que para além de “mais barato”, este percurso irá permitir aos peregrinos portugueses “conhecerem novos destinos, para quebrar a monotonia”.

“É importante que as pessoas comecem também a viajar em Portugal, porque geralmente não sabem nada do que temos aqui”, realça.

O novo itinerário turístico, que em Portugal se prolonga durante três dias, inclui passagens por Espanha e França.

JCP

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