Trabalho: Ministro da Economia quer aproximar «necessidades da empresa» e «capacidades dos trabalhadores»

«Nova Ágora» iniciou em Braga

Braga, 27 fev 2015 (Ecclesia) – O ministro da Economia afirmou na conferência “Olhares sobre o Trabalho”, promovida pela Arquidiocese de Braga, que a redução de custos não passa por baixar salários é necessário aproximar “necessidades da empresa” e “capacidades dos trabalhadores”.

“O mercado de um país sofisticado tem de encontrar um bom casamento entre necessidades da empresa e capacidades dos trabalhadores”, disse Caldeira Cabral na primeira sessão do ciclo de conferências Nova Ágora, citado pela página da internet da Arquidiocese de Braga.

O ministro da Economia considera que, na empresa, os trabalhadores “dão a sua criatividade, inspiração e motivação” e trazem “muito mais” do que um salário, trazem a “a realização profissional” e é este “casamento que cria valor”.

Caldeira Cabral referiu-se ao desemprego, um “drama que está também ligado à emigração, que afeta não só os jovens como as suas famílias e o país”.

“Não há uma solução fácil para este problema. Muitas empresas ainda não conseguem perceber que têm boas oportunidades para agarrar pessoas. Se têm a possibilidade, como acontece nos estágios, de obter recursos valiosos por preços muito baixos, devem aproveitá-la e criar uma relação com a pessoa, agarrá-la. O problema é que, muitas vezes, isso não acontece”, lamentou.

A conferência “Novos olhares sobre o trabalho” foi moderada pelo ex-líder do PSD Marques Mendes e contou com os contributos de Gonçalo Lobo Xavier, vice-presidente do Conselho Económico e Social Europeu, e Carvalho da Silva, investigador do Centro de Estudos Sociais.

Marques Mendes referiu-se ao desemprego como “um drama pessoal e humano que contribui para minar uma família e a sociedade”, e é um flagelo que “é potenciado pela renovação tecnológica”.

Gonçalo Lobo Xavier recordou que o mercado de trabalho está em constante transformação porque “todos os dias há uma revolução tecnológica” que provoca novos desafios aos trabalhadores, que vão ver desaparecer 50% dos empregos nos próximos 10 anos.

“Vão desaparecer empregos mas estão a surgir outros, que talvez sejam suficientes para colmatar os tais 50%. Temos que nos adaptar e defender os trabalhadores”,  adiantou o vice-presidente do Conselho Económico e Social Europeu (CESE)

Carvalho da Silva alertou para o dinheiro que está a ser “vergonhosamente acumulado na ganância desmedida de alguns”.

“Se a sociedade fizesse uma boa utilização de capital, este podia gerar milhões e milhões de postos de trabalho”, sustentou o ex-sindicalista.

O ciclo de conferências “Nova Ágora”, que se realiza este ano pela segunda vez no Tempo da Quaresma, é uma iniciativa que quer abandonar “esquemas tradicionais de um certo protagonismo episcopal”, abrindo espaço a debates com uma “dinâmica mais plural nos seus intérpretes e no modo de comunicar”, disse D. Jorge Ortiga, bispo de Braga, no início da primeira sessão.

"Olhares sobre a Educação" é o tema da próxima conferência, a 4 de março sobre 

PR

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