Timor-Leste, país de missão

Politicamente, Timor optou pela independência no referendo de 1999, essa opção causou uma enorme devastação no país e a perda de milhares de vidas humanas. O país viveu depois sob uma administração transitória da ONU, tendo sido proclamada a sua independência a 22 de Maio de 2002.

Desde então, Timor-Leste tem vivido algum progresso e estabilidade política, apesar de algumas crises que vai enfrentando, umas mais graves que outras, como contestações, crises políticas e sociais e atentados.

Economicamente, os recursos de Timor estão muito centrados no petróleo e no gás natural, que ainda não atenuaram a pobreza que marca a sua população, principalmente nas zonas rurais, onde se pratica uma agricultura de subsistência.

Nos primeiros anos da independência, a economia nacional foi muito marcada pela presença de um elevado número de funcionários e agentes internacionais, fazendo que com a sua diminuição a partir de 2003 se notasse uma contracção na economia.

A partir de 2004, conseguiu efectuar-se uma recuperação sendo um factor determinante o crescimento substancial dos empréstimos bancários ao sector privado. Contudo, continua a assistir-se a um desequilíbrio considerável nas trocas comerciais, com as importações a ultrapassar em larga escala as exportações.

Quanto à situação social, Timor-Leste tinha em 2004 923.200 habitantes, registando um elevado crescimento populacional, a par de um forte êxodo rural. Nessa altura, a taxa de alfabetização era de 50,1%, os baixos níveis de educação e de experiência profissional dificultam o bom funcionamento dos sectores público e privado. Cerca de 50% da população tem menos de 18 anos e a taxa de desemprego é muito elevada. 64% dos timorenses sofrem de insegurança alimentar, resultado dos baixos níveis de produção e comercialização de alimentos. Do mesmo modo, é particularmente grave uma má nutrição materna e infantil potenciadas pela falta de iodo e de Vitamina A.

A pobreza é um fenómeno multidimensional, que vai desde a economia, até à educação, saúde, nutrição, etc. Cerca de 40% dos timorenses vivem nesta situação, sendo que mais de metade destes enfrentam uma situação de pobreza extrema, atingindo principalmente crianças, mulheres, idosos, doentes, entre outros.

È tendo em conta todos estes factores que as actuações externas de entidades governamentais,  ONG’s, Associações, Congregações e outras instituições internacionais que aí desenvolvem trabalho voluntário orientam a sua intervenção. Enquanto as entidades públicas dirigem a sua actuação principalmente para o fortalecimento do Estado, nomeadamente cooperando em termos de segurança, justiça, administração pública, Educação, entre outros; as entidades do sector social estão mais viradas para a Saúde, combate à fome, apoio à economia local e Educação. A presença destes organismos está distribuída um pouco por todo o território de Timor-Leste, chegando mesmo a áreas mais recônditas e de mais difícil acesso, embora a sua presença seja mais visível, por razões óbvias, na capital Dili.

Fonte: Programa Indicativo de Cooperação Portugal: Timor 2007-2010 (2008), Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento

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