São Tomé e Príncipe, um país fascinante

A República Democrática de S. Tomé e Príncipe tem uma população de cerca de 169 000 habitantes e uma área de 1 000 km2. É um País fascinante, composto pelas duas Ilhas S. Tomé e Príncipe, além dos ilhéus, num dos quais cruza o paralelo do equador com o meridiano de Greenwich.

Após a independência os terrenos de cultivo senhoriais foram distribuídos pelas famílias trabalhadoras das roças e dependências, pequenas aldeias criadas nos tempos coloniais para exploração de cacau. Cada família sobrevive em torno do seu terreno, onde planta as várias espécies de bananas e fruta-pão, que são equivalentes à batata para os europeus; além disso, criam animais que andam à solta junto às casas e ainda plantam cacau que vendem aos intermediários que a vêm recolher. O cacau é a maior exportação de São Tomé, apesar de já não serem, de longe, o maior produtor de cacau do mundo, como o foi em tempos.

A terra é o maior bem do país, pois tudo o que se planta nasce sem esforço. A fruta existe em abundância na ilha e é para eles o equivalente aos nossos doces, é “puro mel”. As condições geogáficas das ilhas constituem uma mais-valia para a economia do país, com imenso potencial para o turismo, que começa a ter algum peso.

A educção é uma das apostas de S. Tomé e Príncipe, não só a nível governamental, mas sobretudo das várias ONGD´s que trabalham há já alguns anos do terreno. Quase todas as roças têm escolas primárias; no entanto, o 2º e 3º ciclos só se tornam acessíveis aos jovens cujas famílias têm dinheiro ou contactos com familiares que vivem nas cidades e vilas onde há escola ou então, através de instituições – lares de acolhimento de crianças – que recebem crianças das roças, maioritariamente raparigas.

A taxa de abandono escolar aumenta à medida que a graduação escolar aumenta, no entanto, existem vários fenómenos interessantes, como por exemplo, o facto das associações de estudantes procurarem motivar os jovens a não desistirem da escola e encontrarem os materiais mínimos para os alunos mais desfavorecidos terem possibilidades de estudar; os próprios alunos pedem às ONGD´s para lhes darem aulas durante o período de férias para que possam obter melhores resultados durante o ano seguinte.

A esperança média de vida é de 62 anos para os homens e 64 para mulheres. Por esta razão existe uma grande pressão realizada sobre os jovens, pelos pais, para terem netos. Este é um dos principais factores do abandono escolar. A primeira relação tende a não sobreviver ao primeiro ano. Um fenómeno muito caricato em relação a este tema é que os casamentos religiosos quase que só ocorrem em casais idosos, pois estes compreendem que o casamento perante Deus implica indissolubilidade e fidelidade que eles têm consciência de só então conseguirem garantir.

Almada Negreiro nascido em S. Tomé soube captar a essência deste povo. Dizia ele, que “A alegria é a coisa mais séria da vida”.

Maria José Peixoto, voluntária NAVEGAR

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