Testemunhos de fé para lançar a Missão

Três “mártires” dos tempos modernos foram a Budapeste dar testemunho do seu percurso de vida aos participantes do Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE), cuja sessão húngara decorre esta semana em Budapeste. Placid Olofs, Beneditino de 91 anos, passou uma década em condições desumanas no Gulag. No seu testemunho, confessou que a primeira questão, ao chegar ao campo de concentração, foi: “Que quer Deus de mim?” “Compreendi que Deus tem todo o tempo. Só nós é que vivemos a cada minuto”, observou. Cantando pelos corredores, chamou a atenção dos condenados à morte. Um deles disse-lhe: “Quando ouvimos a tua canção pensámos: como Deus é maravilhoso”. Para Placid Olofs, foi esse o momento em que se apercebeu que estava na prisão “porque o nosso Deus me mandou para aqui”. Depois de sair do campo de concentração trabalhou numa fábrica e num hospital, mas hoje, apesar de todas as dificuldades e perseguições, apenas quer dizer uma coisa: “obrigado, obrigado, obrigado. Sou muito feliz”. Lajos Kerényi lutou contra o regime já como preso da guerra. Hoje continua o trabalho com os jovens e trabalha com moribundos. Péter Nemeshegyi, Jesuíta, passou 37 anos no Japão, depois de ter fugido da sua Hungria natal. Ambos destacaram a coragem daqueles que se recusaram a colaborar com o regime comunista, evitando uma morte diferente daquela que se enfrentava nas prisões: a morte espiritual. Alegria e matemática Jean Luc Moëns, matemático e jornalista, levou a Budapeste um testemunho sobre a “alegria cristã”. “O drama da nossa época é que fazem acreditar as pessoas que se multiplicarem os bens a sua alegria também vai crescer. Mas o que cresce é qualidade de estarem presos pelas coisas”, indicou, falando perante os congressistas reunidos em Budapeste. Moëns, secretário-geral do ICNE, é membro da Comunidade Emanuel desde 1979 e participou na organização de numerosas missões de evangelização em várias cidades do mundo. Para este responsável, “a primeira conversão é não ter medo de Deus e entrar na sua felicidade. É isto que quer dizer alegria plena”. Num registo pessoal, Jean Luc Moëns disse que “às vezes encontro matemática na teologia: a santidade é o cumprimento da vontade de Deus; a santidade é que a minha vontade se encaixe na vontade de Deus”. “A santidade é igual à alegria”, indicou. Redacção/Edgar Clara (em Budapeste)

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