Taizé: tenda de adultos junta culturas à procura de reflexão bíblica

Tenda F marca maturidade da Comunidade de Taizé

A tenda F nem sempre esteve na encosta de uma das colinas de Taizé. No início nem sequer existia. Era apenas mais campo, a perder de vista que, estando vazio, deu resposta à necessidade de lançar desafios específicos para os adultos.

A tenda F, para os adultos a partir dos 35 anos, localiza-se a Norte no espaço da comunidade de Taizé, quase no limite da pequena aldeia.

Diariamente o Irmão Pedro, religioso espanhol, acompanha os adultos dando orientações para a reflexão bíblica. Este irmão é ajudado por duas voluntárias de longa duração – a Zuzana e a Hye Won.

O esquema organizativo é semelhante ao dos jovens que decorrer metros anaixo, espalhado pelo espaço da comunidade. Pequenos grupos de reflexão e partilha, a fazer lembrar as primeiras comunidades cristãs, marcam os dias e a oração.

[[i,e,390,Alberto de Mingo]]Alberto de Mingo é um padre de Madrid que pela 15ª, viajou à comunidade ecuménica de Taizé. Está a acompanhar um grupo de 40 pessoas, 30 deles muito jovens.

A decisão de ser sacerdote foi tomada durante um encontro europeu. Por isso, assume, Taizé faz parte da sua vida. “Este é um lugar onde posso encontrar, junto com outras pessoas, uma experiência de Igreja que me ajuda a renovar o meu seguimento de Jesus”, explica à Agência ECCLESIA.

Desde os seus 17 anos que regularmente passa uma semana em Taizé.

Recordando a primeira vez que visitou a comunidade, Alberto diz que pouco mudou. “Eu mudei mais”, acrescenta o sacerdote.

A primeira vez que participou num encontro europeu, a Europa estava dividida com o muro de Berlin e com a existência da ditadura comunista. “Mas o estilo de Taizé nos anos 80 é muito semelhante ao actual”. A igreja era mais pequena, o Irmão Roger “coração da comunidade era ainda vivo, mas no essencial não mudou. Adaptou-se”, completa.

A primeira vez que veio a Taizé era um estudante de secundário. Depois disso, “entrei nos Redentoristas, estudei teologia, fui ordenado sacerdote e viajei por outros países. Mudei muito e, em cada um destes momentos, Taizé deu-me algo”. A marca desta comunidade ecuménica, explica, é a “simplicidade e a autenticidade”.

As reflexões orientadas todas as manhãs têm-lhe mostrado que a Bíblia ensina algo muito próximo do quotidiano. A experiência que partilha com os jovens espanhóis permite “viver fortemente Deus, a Igreja e a oração”. Em Madrid, “nos lugares onde vivem, é difícil fazer uma experiência tão forte de partilha e de oração. Aqui isso é possível e eles gostam muito”, finaliza Alberto de Mingo.

Da Coreia para Taizé
Hey Won é uma das voluntárias de longa duração que ajuda o irmão Pedro na tenda F. É natural da Coreia do Sul e tem apenas 21 anos. Está em Taizé desde Junho e aqui irá permanecer até Novembro, altura em que ao regressar, levará a certeza de que a oração é central na sua vida.

[[i,e,397,Hey Won]]A estudar na Coreia, Hey Won confrontou-se com o seu futuro e a sua vida. “Tive dúvidas e precisei de conversar com Deus. Por isso decidi vir para aqui”.

“Antes de vir para Taizé eu via a oração como algo muito especial mas aqui é ainda mais confortável. Agora sei que tem um papel central na minha vida” explica à Agência ECCLESIA.

Estar em Taizé é uma “experiência desafiante”, explica no seu inglês marcadamente asiático, recordando os muitos quilómetros que fez para aqui chegar. Na Coreia, Hey Won é cristã na Igreja Anglicana e foi através de um pastor que conheceu a comunidade de Taizé.

Na tenda F, esta coreana, auxiliada pela Zuzana, tem de responder a todas as dúvidas organizativas dos adultos. “Mas são questões fáceis. Contactar com pessoas de diferentes países é muito bom”.

Em Novembro, Hey Won vai voltar à Coreia, onde tenciona retomar os estudos em comunicação e media. Quando chegou “tudo era emocionante. Hoje sinto-me mais confortável e calma”. Por isso, mesmo regressando a casa, Hey Won quer voltar a Taizé.

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